Jesus disse aos discípulos: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho”. O mandato de Jesus continua atualíssimo. Os cristãos como discípulos missionários devemos anunciar ao mundo de hoje a Boa Nova de Jesus.
Depois de abençoar os discípulos, Jesus subiu ao Céu, cheio de alegria e de esperança e pede ao Pai para nos enviar o Espírito Santo. Jesus abriu-nos a porta do Céu e ao voltar para junto do Pai, prepara-nos um lugar. Prometeu que estaria sempre connosco até ao fim dos tempos. Na verdade, Ele está connosco, nunca nos abandona, nós é que nos podemos esquecer d’Ele e não lhe dar o lugar que Ele merece na nossa vida. A sua presença efetiva é um dom, uma graça sacramental e misteriosa, uma vida de Ressuscitado que está sempre connosco. Caminha connosco, conduz-nos para o seio do Pai. Eu vou para o Pai, para vos preparar um lugar, nunca estareis sós, nunca vos abandonarei, o Pai vai enviar-vos em meu nome o Paráclito, o Consolador, o Espírito da verdade, Aquele que vos ensinará todas as coisas e vos libertará de todo o mal.
A presença do Espírito Santo na vida de cada um de nós e da Igreja, deve-nos ajudar a tomar consciência da importância que Ele tem para a renovação das nossas vidas e das nossas comunidades. Sem o Espírito de Deus tudo morre e com o Espírito Santo tudo se recria, renova e vive em plenitude. A certeza da fé cristã deve levar-nos a sermos dóceis à ação do Espírito Santo e a deixarmo-nos conduzir pelas suas moções. Esta vida nova no Espírito concede-nos a alegria de sermos cristãos, filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo e Templos do Espírito Santo a servir a humanidade como verdadeiros discípulos missionários. Em pleno Ano Missionário, vivendo a dinâmica do tempo pascal, no final do mês de Maio, sentindo os desafios da dignificação da vida humana e do seu valor sagrado, da família comunidade de vida e de amor ao serviço da Igreja e do mundo, mês de reflexão sobre a vida dos jovens e o seu itinerário cristão em caminhada para a celebração do Sacramento do Crisma, faz-nos bem refletir sobre o discernimento das vocações de consagração na vida da Igreja. Sem este trabalho sério de reflexão a Igreja não se renova, não cresce e não está a ser fiel ao Espírito Santo que reza em nós com gemidos inefáveis.
Com Maria, o exemplo fiel do seguimento de Jesus na docilidade ao Espírito Santo, levemos ao nosso mundo e à Igreja a Palavra da Salvação, que nos foi confiada por sermos discípulos de Jesus. Ele estará sempre connosco e o Espírito Santo vos conduzirá à Verdade total.
+ António Luciano, Bispo de Viseu
G.I.