Ação abrange três aldeias mais isoladas e de difícil acesso, Namau, Soco e Nitu.
A organização não governamental ‘Oikos – Cooperação e Desenvolvimento’ começa hoje uma nova fase do seu apoio às populações afetadas pelo ciclone em Moçambique, com uma campanha de assistência alimentar que vai beneficiar 3 mil pessoas.
Num comunicado enviado à Agência Ecclesia, aquele organismo salienta que “as luzes da ribalta” podem-se ter “apagado” meses depois da catástrofe, “ms o trabalho de emergência de quem está no terreno continua”.
O projeto de assistência alimentar vai beneficiar “a aldeia isolara de Namau”, no âmbito de uma “grande operação logística que envolve a deslocação de equipas de ação humanitária por helicóptero e barco”.
A aldeia de Namau foi uma das localidades moçambicanas mais afetadas pelo furacão Kenneth, e situa-se numa zona “impossível” de aceder por via terrestre neste momento, sendo que o transporte dos alimentos será feito “por helicóptero”, enquanto “toda a equipa de suporte vai fazer a travessia por barco até chegar às comunidades”.
Este esforço irá ainda beneficiar as populações das aldeias de Soco e Nitu, numa operação feita “em estreita coordenação com o PAM – Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (World Food Program).
A Oikos realça que, além das dificuldades de acesso, toda a zona envolvida nesta ação, que tem lugar no Dia Mundial do Ambiente (5 de junho) os trabalhadores humanitários debatem-se também com um o “problema acrescido” dos grupos armados que têm estado a lançar ataques um pouco por todo o território.
“Grande parte da região está em alerta vermelho com grandes restrições de segurança impostas pelo Governo e Nações Unidas, devido à violência e ataques por grupos organizados. Estas áreas tornam o acesso e o apoio humanitário ainda mais difícil”, refere a mesma ONGD.
A par do apoio às populações atingidas pelo furacão Kenneth, a Oikos continua empenhada na ajuda alimentar e de emergência às comunidades vítimas do ciclone Idai, “tendo já garantido” nestes últimos meses “assistência alimentar a cerca de 65 mil pessoas”.
“Além da distribuição de alimentos a Oikos está a preparar ajuda humanitária que inclui a distribuição de bens de primeira necessidade não alimentares, acesso a água potável e abrigo nas áreas afetadas por ambos os ciclones”, pode ler-se.
Recorde-se que Moçambique foi atingida no espaço de um mês, entre março e abril, por dois ciclones tropicais que causaram no país cerca de 600 mortos, deixaram pelo menos 70 mil pessoas desalojadas e colocaram em causa a subsistência de centenas de milhares de habitantes daquele país lusófono.
A catástrofe natural afetou também outras nações africanas, como o Zimbabué e o Malawi.
G.I./Ecclesia:JCP