Encontro mundial deste ano do movimento escutista decorreu nos Estado Unidos da América.
Os jovens portugueses que participaram no Jamboree 2019 – Encontro Mundial de Escuteiros – nos Estados Unidos da América, dedicado à temática do Ambiente, destacam um evento “incrível” que os desafiou a construir um mundo melhor e mais sustentável.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, na chegada hoje ao aeroporto de Lisboa, Manuel Leite, do agrupamento 1100, da Paróquia do Parque das Nações, sublinhou “uma experiência fantástica” e “enriquecedora”, pela oportunidade de estar “com 45 mil escuteiros de 130 países”, pela “partilha de perspetivas diferentes”, mas também pela abordagem a uma questão tão decisiva para este tempo.
“As alterações climáticas e a sustentabilidade são o grande desafio da nossa geração e a mensagem que nos foi transmitida é que nós, como escuteiros, como agentes de mudança, temos de estar na linha da frente na resolução desses problemas”, realçou aquele jovem.
O 24.º Encontro Mundial de Escuteiros, que teve lugar na localidade de Glen Jean, na Virgínia Ocidental, entre 22 de julho e 2 de agosto, contou com a presença especial de Ban Ki-moon, antigo secretário-geral das Nações Unidas.
No seu discurso, aquele responsável incentivou os escuteiros a serem embaixadores de uma nova era de paz e de sustentabilidade, e destacou a relevância dos valores do Escutismo para a formação de líderes capazes de inverter o caminho perigoso que atualmente está a ser trilhado.
“Acho que nos motivou e nos inspirou a continuarmos a fazer o que fazemos”, realçou Bárbara Lobo, também ligada ao Agrupamento 1100 da Paróquia do Parque das Nações
Subordinado ao tema ‘Desbloquear um novo mundo’, o programa do Jamboree 2019 deu grande ênfase à necessidade de cuidar da sobrevivência da “Casa Comum” que é o planeta, a começar pelas coisas mais simples.
“Preocupavam-se bastante em pouparmos água, para não deixarmos as torneiras abertas, o material que utilizávamos para comer era reciclado, o ambiente à nossa volta era limpo, não havia lixo, era sempre impecável”, exemplifica Bárbara Lobo.
O local escolhido para o acampamento mundial deste ano, “quase paradisíaco do ponto de vista ambiental”, era por si só um exemplo de reconfiguração ecológica, de busca de um novo paradigma, de uma atitude nova face ao meio-ambiente.
“Quem vê as fotografias não acredita, mas o acampamento há 40 anos atrás era uma gigantesca mina de carvão”, frisou Nuno Batista Jacinto, responsável pelo contingente do agrupamento da Paróquia do Parque das Nações no Jamboree.
“Só essa consciência que os jovens tiveram, de que conseguimos com a ação de todos transformar o mundo e voltar a conseguir fazer do mundo um pouco melhor, e que isso tem que ser feito de forma ativa e consequente por cada um de nós, é muito importante”, assinalou aquele responsável.
Outros dos pontos marcantes do Jamboree 2019, para os representantes nacionais, foi a tradicional festa da Lusofonia, que juntou cerca de 2500 escuteiros de língua oficial portuguesa.
“Conhecer pessoas novas todos os dias, um encontro multicultural enorme, foi realmente novo e incrível”, salientou Bernardo Vinha, do Agrupamento 523, da Paróquia de São Tomás de Aquino, em Lisboa.
Durante esta edição do Jamboree, que se realiza de quatro em quatro anos, foram distinguidos vários representantes do contingente português, composto por 784 escuteiros e liderado pelo chefe nacional Ivo Faria.
João Armando Gonçalves, dirigente do Corpo Nacional de Escutas (CNE), foi distinguindo com o “Lobo de Bronze”, pelo “excelente compromisso e serviço” prestado ao movimento, “a nível regional e mundial”.
Recorde-se que este engenheiro civil e professor no Instituto Politécnico de Coimbra, já agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique, em Portugal, liderou o Movimento Mundial Escutista entre 2014 e 2017.
Ainda no Jamboree 2019, o português Miguel Sousa foi oficialmente o primeiro escuteiro a receber o “prémio de participação”, uma insígnia exclusiva que exige o conhecimento do património escutista, participação em eventos de divulgação ambiental, de diálogo religioso e cultural.
G.I./Ecclesia:JCP