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Bispo de Coroatá, do Estado do Maranhão, no Brasil, destaca relevância do encontro de outubro para um território ameaçado no seu património ambiental e humano.

O bispo de Coroatá, no Estado do Maranhão, no Brasil, considera que o Sínodo sobre a Amazónia será essencial para reforçar o papel da Igreja Católica no território e para a defesa de uma ecologia integral na sociedade.

Numa entrevista à Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. Sebastião Bandeira, natural da região da Amazónia, e que trabalhou quase toda a sua vida neste ponto do globo, conhecido como “o pulmão do planeta”, realça uma região atualmente ameaçada não só nos seus recursos naturais, mas também no seu património humano.

“As nossas comunidades estão em perigo de desaparecer em muitos lugares, porque não temos pessoas”, alerta o responsável católico, que destaca a importância de a Igreja Católica buscar soluções “para que possa exercer o seu papel neste momento tão decisivo que se está a viver”.

Subordinado ao tema ‘Amazónia: Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral’, o próximo Sínodo dos Bispos vai decorrer entre 6 e 27 de outubro deste ano, no Vaticano.

Entre as questões que vão ser abordadas durante esses dias, com o contributo de leigos especialistas em diversas áreas, estão problemáticas como “a defesa da Casa Comum, o cuidado com os povos indígenas e ribeirinhos, e os novos caminhos para o ministério sacerdotal” no território da Amazónia, devido à falta de vocações.

“Sabemos que a Amazónia precisa de ter uma Igreja com rosto próprio”, admite D. Sebastião Bandeira, em alusão às diversas comunidades do território que estão sem sacerdote ou que recebem a visita de um padre apenas uma ou duas vezes por ano.

Uma das frases presentes no documento de preparação do Sínodo dos Bispos para a Amazónia frisa a necessidade de mudar de uma “Igreja que visita para uma Igreja que permanece”.

 “Essa presença da Igreja só irá acontecer quando tivermos pessoas, ministérios que estejam lá no dia-a-dia com o povo, para que esse povo se sinta realmente Igreja e participe de uma maneira mais efetiva da vida da Igreja”, assinala o bispo de Coroatá.

Como oferecer uma pastoral consistente num território onde as comunidades são tão diversas e estão tão dispersas entre si, é um dos principais desafios da Igreja Católica, no que toca à evangelização da Amazónia.

No Estado do Maranhão além da situação dos povos indígenas é preciso ter também em conta por exemplo a presença “muito expressiva” do povo quilombola, uma população rural constituída por descendentes de pessoas que foram escravizadas na Amazónia.

“Precisamos de dar uma resposta para que a Igreja continue viva e ativa nesta região que é tão difícil e tem as suas características próprias”, defende D. Sebastião Bandeira, que acredita que a solução, além da abordagem à questão das vocações, dependerá muito do investimento “na formação das lideranças locais” e em comunidades cristãs sólidas.

“Isto é, formar comunidades que, à luz da fé, se tornem evangelizadoras, que testemunhem o anúncio de Jesus Cristo com entusiasmo. Por isso tenho muita esperança, porque só a experiência do processo de preparação do Sínodo já é uma grande vitória”, sustenta o prelado, que enaltece o empenho do Papa Francisco nesta matéria.

“Como Igreja, temos de aproveitar este momento privilegiado que estamos a viver com o Papa Francisco, que se tem mostrado muito corajoso e aberto em relação à Amazónia, o que está a dar muito destaque à Igreja na região. Ele não deixa de colocar na mesa os problemas, mesmo os mais desafiantes”, releva D. Sebastião Bandeira.

G.I./Ecclesia:JCP

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