D. José Tolentino Mendonça sublinha importância da «humildade» no trabalho com o Papa.
O novo cardeal português, D. José Tolentino Mendonça, disse hoje que a nomeação do Papa Francisco é um chamamento para um “serviço mais radical”, ao Papa e a toda a Igreja.
“O meu primeiro sentimento, que ainda ressoa no meu coração, é aquela frase, aquele imperativo que Jesus dizia no Evangelho de ontem: ‘procura o último lugar’. Senti isso com muita clareza nesse chamamento que o Santo Padre me faz e que, de facto, é um chamamento ainda para um serviço mais radical e com uma humildade muito grande na colaboração com o Santo Padre e com a unidade de toda a Igreja”, referiu, em declarações ao portal ‘Vatican News’.
O Papa anunciou este domingo, pouco depois do meio-dia de Roma (menos uma em Lisboa), a decisão de convocar um Consistório para a criação de 13 cardeais, a 5 de outubro, entre eles o arquivista e bibliotecário da Santa Sé, D. José Tolentino Mendonça.
Biblista, investigador, poeta e ensaísta, o sexto cardeal português do século XXI era vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa quando foi convidado por Francisco para pregar o retiro de Quaresma da Cúria Romana, em 2018; em julho do mesmo ano, o Papa nomeou-o arquivista e bibliotecário da Santa Sé.
Consultor do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), foi reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica em Portugal.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, a respeito do seu trabalho no Arquivo e Bilioteca da Santa Sé, o futuro cardeal destacou que a sua missão é “colaborar” com o Papa.
“Isso é muito bonito de ver, porque, no espírito de todos nós, as duas comunidades que trabalham diariamente nestas instituições, há esse serviço: nós somos colaboradores do Papa. Isso dá um sentido à nossa missão, que não teria se fosse só um projeto individual. Mas, mais importante até do que esta pessoa ou aquela, é estarmos todos juntos a colaborar para que o Papa possa governar a Igreja e ser a figura de Pedro, hoje”, indicou.
O próximo consistório acontece na véspera da celebração inaugural da assembleia especial Sínodo dos Bispos dedicado à Amazónia; entre os novos cardeais, há oito pertencentes a ordens religiosas missionárias.
D. José Tolentino Mendonça nasceu em 1965 na localidade de Machico, no Arquipélago da Madeira, foi ordenado padre em 1990 e bispo no dia 28 de julho de 2018, no Mosteiro dos Jerónimos, quando completava 28 anos de sacerdócio, recebendo simbolicamente a sede episcopal de Suava, no norte de África.
O consistório de 5 de outubro vai ser o sexto do atual pontificado, após os realizados a 22 de fevereiro de 2014, 14 de fevereiro de 2015, 19 de novembro de 2016, 28 de junho de 2017 e 28 de junho de 2018.
G.I./Ecclesia:OC