Papa Francisco alertou para apego ao dinheiro e para «discussões estúpidas».
O Papa Francisco incentivou, na passada sexta-feira, os bispos à “proximidade”, no seu ministério, evitando o apego ao dinheiro e “discussões estúpidas”, falando durante a Missa a que presidiu na Casa de Santa Marta.
“Quando um ministro – seja ele sacerdote, diácono, bispo – começa a apegar-se ao dinheiro, une-se à raiz de todos os males. O diabo entra pelo bolso, diziam as velhinhas do meu tempo”, declarou, na sua homilia.
O Papa contextualizou que os bispos devem ser marcados pela proximidade com Deus, com os sacerdotes, com o povo e com os outros bispos, “ou seja, a proximidade filial com Deus e fraternal ou paternal no bispo e nos sacerdotes”.
“O bispo é um homem de proximidade a Deus; a primeira tarefa de um bispo é rezar: dá força. Desperta a consciência deste dom, que não devemos ignorar, que é o ministério”, desenvolveu.
Sobre a segunda proximidade, do bispo aos seus sacerdotes e diáconos, Francisco disse que “é preciso amar primeiro o seu próximo”, numa reflexão inspirada na Liturgia de hoje, a partir dos conselhos de São Paulo a Timóteo.
“É triste quando um bispo esquece os seus sacerdotes. É triste ouvir as lamentações de sacerdotes que dizem: ‘Liguei para o bispo, preciso de um encontro para dizer algo, e a secretária disse-me que está tudo lotado nos próximos três meses e não podia…’”, exemplificou.
Francisco destacou que na segunda carta a Timóteo, São Paulo escreve para dizer-lhe que não se deve “esquecer da sua mãe e da sua avó”, ou seja, “de onde o Senhor o tirou, do seu povo, das suas raízes”.
“Como bispo e como sacerdote é preciso estar sempre perto do povo de Deus. Quando um bispo se afasta do povo de Deus acaba numa atmosfera de ideologias que nada têm a ver com o ministério: não é um ministro, não é um servo. Esqueceu-se do dom, gratuito, que lhe foi dado”, desenvolveu.
O portal ‘Vatican News’ divulga que, no final da homilia, o pontífice reforçou o pedido e incluiu a “proximidade” do colégio episcopal e presbiteral.
“Devemos rezar pelos sacerdotes e pelos bispos, para que todos nós – o Papa é um bispo – saibam conservar o dom – não negligenciar este dom que nos foi dado – com esta proximidade”, referiu.
G.I./Ecclesia:CB/OC