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CIDSE sublinha necessidade de compromisso político a nível global.
A CIDSE, Aliança Internacional das Agências de Desenvolvimento pela Justiça Global apelou em comunicado a uma “transição ecológica” apoiada pelos governos e organismos internacionais.
“Cidadãos e comunidades individuais têm um papel fundamental a desempenhar, mas os seus esforços serão amplamente ineficazes sem uma mudança sistémica, apoiada por políticas transformadoras”, assinala uma nota enviada à Agência ECCLESIA, a respeito da Cimeira da Ação Climática, convocada pela ONU.
Os organismos subscritores, entre os quais a FEC – Fundação Fé e Cooperação, de Portugal, sublinham que comunidades, movimentos sociais e organizações da sociedade civil têm “uma vasta experiência em modelos inovadores de produção de alimentos e energia que, comprovadamente, funcionam em escala, como a agroecologia e os sistemas democráticos de energia renovável”.
O texto fala numa emergência climática e crise social, perante a qual existe o “dever moral”, por parte dos governantes, de encontrar respostas e de agir.
“O novo objetivo climático da UE para 2030, proposto pela presidente eleita da Comissão, Ursula von der Leyen, de reduzir as emissões em 55% não é suficiente. As emissões precisarão de ser reduzidas para, pelo menos 65%, para permanecer no caminho do aumento da temperatura até 1,5 ° C”, pode ler-se.
O texto evoca a figura do Papa Francisco, recordando a assembleia especial de bispos que vai decorrer, de 6 a 27 de outubro, no Vaticano.
“O Sínodo visa determinar como a Igreja pode responder às injustiças e ao extrativismo na região da Pan-Amazónia, que alimentam as alterações climáticas. A Igreja está a definir como contribuir para a proteção da Amazónia – um recurso essencial das Soluções Baseadas na Natureza – e das comunidades indígenas que implementam estratégias de reconstrução e conservação”, precisa a CIDSE.
A Cimeira da Ação Climática desta segunda-feira, em Nova Iorque, contou com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa, o qual sublinhou que Portugal foi o primeiro país a comprometer-se a ser neutro em carbono até 2050, pedindo urgência no combate global às alterações climáticas.
“Já se perdeu demasiado tempo. A complacência e a indiferença já não são toleráveis”, considerou o presidente da República Portuguesa.
Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, referiu que ainda “não é demasiado tarde” para fazer face às alterações climáticas, advertindo, no entanto, que o tempo se está a esgotar.
“A emergência climática é uma corrida que estamos a perder, mas que ainda podemos ganhar. A crise climática é provocada por nós e as soluções devem vir de nós. Temos as ferramentas: a tecnologia está do nosso lado”, afirmou.
A cimeira precedeu a 74ª Assembleia Geral da ONU, com a participação de dezenas de chefes de Estado e de Governo.
Esta segunda-feira, o cardeal Pietro Parolin participou numa reunião de alto nível no Palácio da ONU, em Nova Iorque, dedicada à proteção das florestas húmidas, com o objetivo de promover ações multilaterais “urgentes e duradouras”.
“Todos reconhecemos a importância das florestas para o mundo inteiro e para o futuro da humanidade. São o recurso renovável mais fiável para o mundo e são essenciais para o desenvolvimento humano integral”, declarou.
O cardeal Parolin recordou a assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a região pan-amazónica, com particular atenção aos povos indígenas, às questões humanas, ecológicas, sociais e económicas da região.
A 74.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que arrancou hoje, decorre até 30 de setembro com a presença de cerca de 150 chefes de Estado e de Governo, incluindo o presidente português.
G.I./Ecclesia:OC

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