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Isabel Capeloa Gil quer valorizar o «potencial» de quem tem maus resultados no secundário e falou da Faculdade de Medicina, esperando «qualidade e isenção» da A3ES para avaliar o ciclo de estudos proposto.
A reitora da Universidade Católica disse à Agência ECCLESIA e à Renascença que o sistema de acesso ao ensino superior “deixa muita gente de fora” e que quer apostar em alunos que têm “mais potencial do que mérito”.
“Há estudantes que conseguem terminar o 12º ano, mas que são maus alunos e nunca terão qualquer hipótese, por questões económicas ou até pelo resultado académico, de ter acesso a uma universidade”, referiu Isabel Capeloa Gil, valorizando o “potencial” que têm, mas “um potencial que está em bruto”.
Na entrevista semanal da Agência ECCLESIA e da Renascença, a reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP) disse que o sistema de acesso ao ensino superior “é equitativo, transparente, meritocrático” e, também por isso “deixa muita gente de fora”.
“É nossa responsabilidade demonstrar que a universidade pode ser um verdadeiro elevador social”, afirmou.
Isabel Capeloa Gil considera que o ser “católica” não é “um adjetivo simples”, mas “substantivado”, com consequências solidárias que se traduzem “não só através das bolsas de apoio social”, mas também no estudo de “um programa piloto de responsabilidade social” que permita o acesso à universidade não só a partir das médias.
A reitora da Católica quer apostar “em quem nunca ninguém apostou” e proporcionar um “futuro diferente” a quem tem “mais potencial do que mérito”.

Na entrevista semanal à Agência ECCLESIA e à Renascença, a reitora da UCP referiu-se também ao processo de criação do curso de Medicina pela Católica, afirmando que “faz falta” em Portugal, “vai robustecer o sistema científico nacional” e espera “isenção” na avaliação do ciclo de estudos em análise.
“A avaliação do novo ciclo de estudos tem que ser feita por comissões científica e pedagogicamente qualificadas, e essas são as comissões que nós acreditamos que a A3ES (Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior) terá criado com toda a qualidade e isenção. É essa a expectativa da Universidade Católica, que haja isenção”, afirmou.
Isabel Capeloa Gil comentou também o parecer negativo da Ordem dos Médicos à criação do curso de Medicina pela Católica, afirmando que “é um parecer de uma organização profissional que defende o acesso à profissão”, “tem muitas imprecisões” e “faz um conjunto de tresleituras”.
“Não cabe à Ordem dos Médicos avaliar académica e cientificamente a qualidade de um ciclo de estudos”, lembrou.
Isabel Capeloa Gil anunciou nesta entrevista que a Católica vai participar no Sínodo dos Bispos para a Amazónia e tem dois professores na organização do encontro “A Economia de Francisco”, que vai decorrer em Assis, em março de 2020, referindo que “as linhas de orientação do Papa Francisco relativamente à Economia” estão “perfeitamente integrados e assumidos” nas propostas formativas das duas escolas de negócios da UCP.
Nesta entrevista, que vai ser emitida na Renascença esta sexta-feira, entre as 13h00 e as 14h00, Isabel Capeloa Gil reafirmou a “grande alegria” pelo facto do Papa Francisco ter escolhido D. José Tolentino Mendonça, que foi diretor da Faculdade de Teologia e vice-reitor da UCP, para cardeal.
“Temos muitas saudades dele, mas estamos muito felizes pelo lugar que vai ocupar e pelo trabalho que tem feito em Roma”, concluiu a reitora da Universidade católica Portuguesa.
Entrevista conduzida por Ângela Roque (Renascença) e Paulo Rocha (Agência ECCLESIA)
G.I./Ecclesia:PR

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