O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral Social (SNPS), da Igreja Católica em Portugal, afirmou que o encontro anual deste setor, de 22 a 24 de outubro, quer “colocar a atenção onde ela não existe habitualmente”, com o tema ‘Trazer as periferias para o centro’.
“É aquela ideia de que estamos aqui todos de passagem, não temos aqui morada permanente, não pode fazer descurar o cuidado com a casa comum, como o Papa tem sublinhado tanto. É muito importante, não se pode anunciar o reino de Deus se não se cuida da casa em que habitamos, sobretudo se não se dá atenção aos mais frágeis e aos mais pobres”, referiu à Agência ECCLESIA o padre José Manuel Pereira de Almeida.
O diretor do SNPS realçou que o tema das periferias é uma ideia “muito trazida pelo Papa Francisco e pelo seu pontificado”, mas também pelos bispos portugueses, nas diversas dioceses.
“Percorremos não todas as periferias, que é impossível, mas as tais que o Papa diz, geográfica, existenciais, algumas das preferidas a título exemplar na esperança de que, depois, os participantes possam nas suas dioceses, nos lugares em que se encontram, fazer o resto do percurso”, desenvolveu.
O 33.º Encontro da Pastoral Social vai decorrer no ‘Steyler Fátima Hotel’.
A conferência de abertura do encontro, ‘Uma igreja em saída ao encontro de todas as periferias’, está a cargo do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, às 15h00; duas horas depois, a provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, fala sobre ‘A vida em sociedade e a exigência ética’.
O sacerdote realça que as duas conferências “hão de possibilitar um enquadramento” para o painel seguinte dedicado às pessoas em situação de sem-abrigo, com António Bento, do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa; o padre Rubens Marques, da Paróquia Senhora da Conceição, Diocese do Porto; e Daniela Guimarães, da Cáritas Diocesana do Porto.
No dia 23, os participantes vão tentar “teorizar a ideia cidade e campo, periferia e centro”, com a ajuda do professor universitário Álvaro Domingues, da Faculdade de Arquitetura – Porto, que procura “introduzir quer o tema dos refugiados, quer a economia do Papa Francisco”.
O tema ‘para uma economia que faça viver’ tem como oradores a jovem economista Mariana Morais Sarmento e o professor universitário Ricardo Zózimo; para falar sobre refugiados foi convidado André Costa Jorge, da PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados, e do JRS – Serviço Jesuíta aos Refugiados.
Na tarde do segundo dia, os participantes vão ver o filme ‘Campeões’, de Javier Fesser (2018), a partir das 15h00, seguido de debate; o ‘Sínodo da Amazónia’, que está a decorrer no Vaticano, tem como oradores o professor da UCP, Juan Ambrosio, e Rita Paiva e Pona.
O 33º Encontro da Pastoral Social termina com a reflexão ‘num bairro periférico de uma cidade’, os casos práticos ‘Florinhas do Vouga’ e ‘Laboratório cívico de Santiago’, antes da conferência final ‘O que dizemos quando falamos de “opção preferencial pelos pobres”?’, pelo diretor do SNPS.
Para o padre José Manuel Pereira de Almeida “a grande mudança” neste setor da pastoral da Igreja Católica “é a motivação do Papa Francisco”, e destaca a atividade do esmoler pontifício, o cardeal polaco Konrad Krajewski, que “é muito tocante”.
G.I./Ecclesia:PR/CB/OC