Na visita à instituição de ação social da diocese de Roma, Francisco falou de uma «identidade itinerante» com Jesus.
O Papa Francisco disse ontem que não se pode ajudar quem é pobre à distância e que é necessário a aproximação, “tocar as chagas”, de forma a reconhecer a vulnerabilidade também de quem ajuda.
“Não se pode ajudar, aproximarmo-nos do pobre, à distância. É preciso tocar, tocar as chagas. Quando se tocam as chagas, percebemos as nossas. É essa a graça dos pobres, a graça da vulnerabilidade. Saber que nós também somos vulneráveis”, afirmou o Papa esta tarde durante uma visita à «Cidade da Caridade», por ocasião dos 40 anos da Cáritas diocesana de Roma.
Para Francisco, trabalhar na Cáritas significa reconhecer a palavra «vulnerabilidade» “na carne e no coração”.
“Ajudar bem só se faz a partir da própria vulnerabilidade, no encontro de diferentes debilidades e feridas, mas todos somos débeis”, reconheceu, indicando “Deus se fez vulnerável” para cada pessoa.
“Temos a mesma carteira de identidade: vulneráveis, amados e salvados por Jesus”, indicou.
O Papa Francisco afirmou que a salvação “não chega por decreto”, mas acontece quando se caminha com Deus”, no que chamou de “intimidade itinerante”.
“Isso significa que nós desejamos a salvação, que precisamos de alguém que nos dê uma palavra, precisamos de uma intimidade itinerante com Jesus”, afirmou.
Questionado pelo diretor da Cáritas diocesana de Roma, o padre Benoni Ambarus, sobre o mais importante no trabalho da Cáritas nos próximos anos, Francisco falou na “loucura do amor”.
“Em vez de ir à missa, de estarem tranquilos, sejam loucos. Este é o programa. Sejam loucos. Loucura do amor, de ajudar, loucura de conviver na vulnerabilidade dos vulneráveis”, afirmou.
Francisco lembrou ainda que o Evangelho anuncia um testemunho, “não com argumentos ou proselitismo, mas com um testemunho. Jesus deixou um exemplo, um testemunho”.
O Papa Francisco ouviu o testemunho de Alesso, um homem que afirmou que a Cáritas lhe salvou o corpo e o espírito: “Fez-me experimentar Jesus, não como um discurso teórico mas na prática”.
Também Ornella, uma voluntária da Cáritas a trabalhar com imigrantes, deu conta de uma “imigração pouco e mal contado na comunicação social” e agradeceu a possibilidade de fazer o trabalho que mudou a sua vida.
G.I./Ecclesia:LS