- O lema da minha ordenação foi: “Eis-me aqui, Senhor, pois me chamastes” (1 Sam 3,5). Como o pequeno Samuel, queria assumir uma disponibilidade de escuta e de realização pronta dos chamamentos de Deus, ao longo da minha vida sacerdotal. Hoje leio-o como proposta a continuar, pois a vida é uma constante resposta aos chamamentos do Senhor.
- Nestes 50 anos de sacerdócio, vejo a Igreja como comunhão dos discípulos de Jesus Cristo, na linha do Concílio Vaticano II que me convocou nos primeiros anos de sacerdócio. Era toda uma “revolução” que precisava de ser concretizada nas mais diversas instâncias da Igreja e do mundo. E muito ainda está por fazer…
- Hoje, sentir-se chamado é manter-se atento aos apelos de Deus que continuam a chegar-nos, todos os dias, pelos irmãos que se cruzam connosco.
- Um episódio que me marcou, nestes anos, foi o falecimento da minha irmã Cremilde, com 30 anos, meio ano depois da minha ordenação. Ela, que sempre desejou e se preparou para me acompanhar na vida paroquial, ensinou-me que a vida é para se dar. Lá do Céu me tem acompanhado, certamente.
- Para os próximos anos, sinto-me ainda pedra viva da Igreja, ainda que esboroada pelo tempo e pelas minhas infidelidades. Uma prece de louvor me acompanhará: “Nós Vos louvamos, ó Deus, nós Vos bendizemos, Senhor!”