Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

 

Tomar uma decisão boa, é sempre um ato nobre. Contudo, hoje ainda mais crucial. A importância da comunicação na transmissão dos conteúdos sobre a verdade dos factos é também um desafio.

As múltiplas e diversas dificuldades do mundo em que vivemos, a crescente expansão da pandemia que nos impede de realizar com liberdade aquilo em que acreditamos e devemos fazer, provoca-nos uma certa inércia e torna-nos prisioneiros de condicionalismos vindos das mais diversas frentes.

O valor objetivo e transcendente da vida requer muita sabedoria, lucidez, oração, discernimento, prudência e audácia para ser defendido.

Não é fácil para a liderança da Igreja e dos governos dos povos, por mais conhecimento que tenham, tomar as medidas necessárias para obter os melhores resultados. As pessoas e o nosso mundo vivem um profundo momento de sofrimento e de angústia, perante o advento das expectativas da economia, da sustentabilidade, dos cuidados de saúde, do respeito pela vulnerabilidade e fragilidade, do medo e incapacidade de proporcionar as melhores soluções.

Diante desta pandemia incontrolável, com a proliferação de casos de infeção do número de mortes a aumentar, os responsáveis pela saúde e cada um de nós sentimo-nos impotentes.

O bem maior na esfera humana é muito relativo e mesmo com o melhor conhecimento e verdade se pode errar. Tomemos como exemplo a tão sonhada e desejada vacina. Esta precisa de respeitar os passos da metodologia científica, da experimentação e da validação da melhor evidência alcançada pelo resultado.

Todos esperamos ansiosamente a vacina contra o Covid-19, mas esperamos que ela seja avaliada pela ciência para a podermos receber sem riscos secundários. Queremos boas respostas a partir da OMS e dos responsáveis internacionais pela vacina.

É melhor saber esperar do que tomar uma má decisão. O maior bem de todos que é a saúde, requer muitas vezes o confinamento, outras vezes o fator tempo, tão valioso como a coragem e a prudência de uma boa ação. Não fazer nada é que é arriscado, pois é preciso proteger o caminho feito com sabedoria, generosidade e compromisso.

O médico italiano Giuseppe Remuzi, que dirige o Centro de Investigações Farmacológicas Mário Negri de Milão, alertou em entrevista, que as máscaras, o distanciamento físico a as regras para travar a pandemia vão manter-se pelo menos até 2024.

A celebração do IV Dia Mundial dos Pobres no passado domingo, instituído pelo Papa Francisco, torna-se um desafio para todos, súbitos e governantes. O tema proposto “estender a mão ao pobre” é sempre atual e tem a ver com a partilha do pão material, mas também com os cuidados médicos e de saúde, a vacina que esperamos com confiança como um bem para todos.

Uma vacina para combater tão grave pandemia, espero que seja para todos, se possível gratuita e que não exclua ninguém. Comece por ser administrada a grupos mais vulneráveis e de risco, a cuidadores de doentes e depois a toda a população em geral. A chegada da vacina é um bem precioso para a saúde integral da pessoa humana, desejada por todos como um bem comum para a humanidade.

O Reino de Deus destina-se a todas as pessoas e o mundo novo que esperamos é nos oferecido por Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Que reino é este? Como podemos entrar nele e fazer parte do seu projeto de vida? O recente Diretório para a Catequese (DC), publicado pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, afirma: “O anúncio do Reino de Deus inclui uma mensagem de libertação humana, intimamente ligada ao cuidado da criação e à responsabilidade por ela. (…) O Evangelho possui um critério de totalidade que lhe é intrínseco: não cessa de ser boa Nova enquanto não for anunciado a todos, enquanto não fecundar e curar todas as dimensões do homem, enquanto não unir todos os homens à volta da mesa do Reino” (nº 137).

O anúncio da salvação para instaurar o Reino de Cristo, reclama de todos os batizados um caminho de santidade, com coragem para Alimentar a Esperança no Sacramento da Eucaristia e testemunhar a vitória de Cristo, Senhor e Rei do Universo.

“Anunciar Cristo significa mostrar que acreditar n`Ele e segui-lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também belo, capaz de preencher a vida de um novo esplendor e de uma alegria profunda, mesmo no meio das provações” (DC nº175).

Para o cristão, “servir é reinar”, chamados mediante o Batismo a “procurar o Reino de Deus tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus” (LG 31).

Que o Domingo da Solenidade de Cristo Rei do Universo, que marca o dia em que os responsáveis pela JMJ de 2023 em Portugal, recebem em Roma as insígnias próprias em ambiente festivo.

Que sejam um sinal de luz, de fé e de esperança para os jovens portugueses e nos ajudem a todos, enquanto cristãos, a fazermos crescer o Reino de Jesus Cristo na justiça, na paz e no amor. Que os leigos, os movimentos e obras de apostolado na Igreja cresçam no sentido de que a sua missão de serem luz, fermento e sal transforme a vida da Igreja e do mundo.

 

† António Luciano,

Bispo de Viseu

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