Deus é o Senhor e a fonte de tudo. A razão de ser da esperança e da fé cristã. O caminho do Advento ilumina-nos rumo à nova humanidade, que desejamos viver e celebrar com alegria no próximo Natal, celebrando o Nascimento de Jesus
O mistério insondável do Natal de Jesus, continua a revelar-se e a derramar sobre nós a verdadeira luz, mesmo no meio dos tempos difíceis que vivemos envolvidos em densas trevas.
A experiência do primeiro Advento, tempo de libertação da escravidão do povo de Israel, é algo que continua hoje a marcar a história da humanidade. O horizonte da esperança cristã do Advento, termina com o sinal do povo que andava nas trevas e viu brilhar uma grande luz. Os profetas, como Isaías e João Batista, e a missão de Maria e de José ajudam-nos à luz da fé e do Evangelho a viver novas formas de ajuda, de partilha, de solidariedade e de fraternidade próprias do espírito natalício.
O tempo do Natal é por excelência, o caminho da vida nova, que cria verdadeiras relações familiares e de fraterna amizade social.
Devemos sonhar com uma festa de Natal, que embora diferente, coloque no centro das relações a dignidade da pessoa humana.
Devido ao tempo de pandemia que estamos a viver, com sérios riscos de mais infeções, as celebrações festivas do Natal decorrerão de acordo com as Orientações Pastorais da Nota da Conferência Episcopal Portuguesa, com data de 9 de dezembro de 2020, no cumprimento das normas emanadas pelo Governo Português e pela Direção Geral de Saúde.
Se todos cumprirmos estas normas, sentiremos a alegria de proporcionar o maior bem do outro, que é a saúde, e estamos a dizer não a um Natal sem sentido, ajudando as pessoas a transformar as dificuldades em oportunidades e a equilibrar a ecologia global, cuidando da casa comum da humanidade.
Jesus nasceu em Belém há mais de dois mil anos para libertar a humanidade do medo, da escravidão, da fome, da guerra, da violência, do desemprego, de todos os tipos de pandemia e de todas as formas de exploração. Mas o Natal cristão ainda está longe de encarnar verdadeiramente na vida das pessoas e das famílias o seu ideal. Viver unidos à família de Jesus, Maria e José, neste ano “por ocasião do 150º Aniversário da Declaração de São José como Padroeiro Universal da Igreja”, queremos pedir ao Senhor que ajude as nossas famílias a viver o Advento e a encontrar na Sagrada Família de Nazaré o exemplo e o desafio do verdadeiro Natal de Cristo.
Ao habitar no meio de nós Ele oferece-se como dom às nossas famílias, à Igreja e à humanidade inteira.
† António Luciano,
Bispo de Viseu