Observatório Pastoral
O envelhecimento demográfico, o isolamento, a pobreza, e a solidão preocupam, na realidade, dirigentes de instituições, trabalhadores sociais, muitos estudiosos, políticos, familiares, todos empenhados em prestar aos idosos os mais adequados serviços de intervenção. A família, habitual refúgio e segurança, encontra-se em profundas mudanças. De fato, a família vê alterada a sua função protectora e é, hoje, também ela, campo de intervenção social.
Desde o início, a Igreja procurou formas de socorrer, ajudar e acolher as pessoas carenciadas. A doutrina social da Igreja, difundida particularmente a partir da Rerum Novarum, e sistematicamente aprofundada em vários documentos posteriores, veio trazer à consciência uma riquíssima tradição solidária. Ultimamente, a acção solidária da Igreja tem sido feita de forma mais organizada, nos centros sociais paroquiais, mas estes, necessitam hoje de uma certa reflexão aprofundada.
É necessário fazer um caminho. O texto inspirador para este ano pastoral na diocese é a passagem bíblica dos discípulos de Emaús. “Jesus pôs-Se com eles a caminho…”. Esta “etapa pedagógica” de Jesus convida-nos a conhecer e a compreender as realidades em que vivemos, as suas esperanças e aspirações. Só assim, e diante de todos os problemas sociais, é possível pôr em prática a doutrina social da Igreja.
Em época de profundas transformações sociais e económicas na nossa região, onde se destaca a desertificação do interior, baixíssima taxa de natalidade, o envelhecimento da população e a diminuição da população idosa, o governo equilibrado das IPSS torna-se um desafio cada vez maior.
Para fazer frente a esta situação, é necessário mitigar os diversos problemas de sustentabilidade que se têm verificado, bem como permitir a sobrevivência das mesmas IPSS como instituições necessárias à sociedade e a cada comunidade local. Como forma de responder às suas necessidades, seria necessário e útil a união de forças e recursos no sentido de se traçar um caminho onde directrizes diocesanas e comunidades caminhem juntas.
Sentimos que a pandemia veio, não só confirmar determinados problemas sociais recorrentes, como trazer novos problemas e novas necessidades e, por isso, pedir novas respostas da parte da Igreja diocesana.
Assim, o Secretariado de Pastoral Social parece-lhe fundamental, desenvolver o Plano de Pastoral Social no seguinte:
– a nível diocesano:1- tempo para escutare tempo para acompanhar. Conhecer as dificuldades financeiras existentes nos Centros Sociais Paroquias da Diocese e procurar, com as direções e equipas técnicas, dos mesmos, mitigar defeitos e apontar caminhos;
2- estabelecer encontros dos responsáveis das IPSS para a criação de uma rede de mútuo apoio e acompanhamento, bem como a formação de competências humanas e espirituais nos seus colaboradores a partir de critérios evangélicos e doutrina social da Igreja;
3- promover uma cultura de interajuda entre as Instituições.
“Nestes momentos em que tudo parece diluir-se e perder consistência, faz-nos bem invocar a solidez, que deriva do facto de nos sabermos responsáveis pela fragilidade dos outros na procura dum destino comum. (…) O serviço é, «em grande parte, cuidar da fragilidade.”(Fratelli tutti, Papa Francisco)