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“Como o Pai me amou, também Eu vos amei”.

 

Deus é amor…O amor de Jesus é para todos. É um amor que é graça, que é dom e gratuidade. “Disse Jesus aos seus discípulos: Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor” (Jo,15,9).

O amor é o tema central neste domingo. O amor que é o próprio Deus, que se revelou-se em Seu Filho Jesus Cristo, como o verdadeiro amor que serve e salva. O Novo Testamento apresenta pelo menos três palavras diferentes para exprimir o amor: “eros” para se referir ao impulso sensual, carnal: “filia” para sublinhar o afeto e a amizade; e “agápe” o termo preferido por São João e que aparece hoje nove vezes citado no texto do Evangelho. “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor…” O amor “ágape” é sobretudo uma experiência de comunhão, de intimidade, uma atitude ativa de entrega a Deus e ao seu projeto e a uma entrega efetiva a favor dos irmãos. O Papa Francisco, na Catequese desta semana, falava da oração de contemplação que é o passo onde verdadeiramente vivemos e sentimos este amor de Deus. Deus amou-me primeiro e eu correspondo a este amor deixando-me amar por Ele, mas respondendo com o meu amor. Jesus diz-nos que Deus é amor, eu amo o Senhor, olhando para o Senhor e deixando-me olhar por Ele. Eu amo-Te. Eu preciso de Ti, do teu amor, da tua graça, da tua misericórdia. É assim que Jesus o Bom Pastor ama cada um de nós e nos ensina dizendo: “Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15,12).

O mandamento do Senhor é que nos amemos uns aos outros. Aprendendo como Jesus a amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a nós mesmos e a amamos também os nossos inimigos, seremos felizes e faremos do amor e do serviço o nosso programa cristão. Se fizermos isto cumpriremos as palavras de Jesus: “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando” (cf Jo 15). Já não vos chamo servos, mas chamo-vos amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi e recebi de meu Pai.

Jesus Cristo é o Bom Pastor, que ensina e manda verdadeiramente a amar a Deus e amar os irmãos. São João diz na sua Primeira Carta: “Se Deus tanto nos amou, também nós devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito” (1Jo 4, 11-12).

Deus Pai que é amor enviou o Seu Filho como Salvador do mundo, que nos deu o Espírito Santo, Aquele que nos dá a vida e nos convida a permanecer em Deus. Deus é amor criador, redentor, libertador, Aquele em quem devemos acreditar para termos a vida em plenitude. “Deus é amor: Quem permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele” (1Jo 4, 16).

Este convite a permanecer no Senhor é de cada dia e para sempre, por isso nós cristãos devemos ter pressa de amar, de servir, de estar, de crescer, de acolher e de estar para fazer do amor a força de todo o nosso agir.

Se guardardes os meus mandamentos do meu Pai, permaneceis em mim e eu em vós. Amar Jesus é guardar sempre as suas palavras e testemunhá-las com alegria e esperança. Só assim participaremos na alegria que Jesus nos oferece como dom, para que a minha alegria esteja em vós e seja completa.

Jesus convida-nos à pressa de amar e servir, a estar com Ele, a permanecer n’Ele e com os irmãos. O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros. Por isso, amemo-nos uns aos outros, porque o amor, vem de Deus. Deus enviou o seu Filho ao mundo para que vivamos nele e para permanecermos nele.

“Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”. É aqui que encontramos a beleza do ministério sacerdotal e o seu serviço no amor e na alegria a todos os irmãos.

É esta também a missão do bom Pastor e do sacerdote servindo o povo de Deus em nome do bom Pastor, que vem. Devemos aprender a amar como Cristo amou.

Confio a Maria, a Mãe do Divino amor, a nossa vida, a vida da Igreja e do mundo e de modo particular no início  do exercício do ministério do Padre João Leão Zuzarte nestas paróquias de Santiago de Besteiros, de Santa Eulália do Campo de Besteiros, para que aqui com o povo de Deus que agora lhe é confiado, ser sempre um pastor zeloso, uma presença amiga de Jesus junto de todos, implorando da Mãe do Divino Amor, a alegria de amar e servir a Igreja com muita fortaleza e esperança pascal. Que a Mãe do Divino amor encha o nosso coração do amor de Deus, para com ele servirmos sempre os nossos irmãos.

Ser líder é fazer da força do amor o seu programa de serviço e o modo de saber estar com os irmãos. Estar unido à verdadeira vide para dar fruto. Assim como o Pai me amou também eu vos amei; permanecei no meu amor pela fé, pela oração, pela Eucaristia, pela Palavra, pelo serviço e pela caridade. No fim de tudo só o amor permanecerá.

A primeira leitura fala-nos de São Pedro que se dirige a casa de Cornélio para juntamente com a sua família os evangelizar e eis que a ação do Espírito Santo se manifesta na sua vida e na vida e também sobre os gentios. Ainda Pedro falava e o Espírito Santo manifestou-se sobre eles e Cornélio inclinou-se diante de Pedro. Este deu testemunho de Cristo e respondeu-lhe: “Na verdade, Deus não faz acepção de pessoas, mas em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável”. Depois do Espírito Santo descer sobre eles, logo receberam o batismo. O Senhor manifestou-Se e salvação chegou até aos confins dos povos.

Como povo de Deus, neste dia em que recebeis o vosso novo pároco, convido-vos a dar graças a Deus pelas maravilhas que Ele faz em favor do seu povo, estendendo a boa nova da salvação até aos confins da terra.

 

Confiemos a Nossa Senhora, neste mês de maio, e a São José os sacerdotes, as nossas famílias, os pequeninos e os jovens e peçamos a Deus mais vocações sacerdotais e de consagração para a Igreja.

Confiemos a Igreja e a nossa missão pastoral à proteção de Nossa Senhora e de São José.

 

† António Luciano, Bispo de Viseu
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