Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

A família é hoje uma das maiores preocupações pastorais da Igreja.

A família é o maior bem da sociedade a desafiar a Igreja. A Igreja tem que olhar para a família com otimismo e esperança. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e disse-lhe: “Não é bom que o homem esteja só, por isso vou dar-lhe uma companheira”.

Crescei, multiplicai-vos e povoai a terra. A verdadeira antropologia sobre a família e o matrimónio nasce do amor de Deus e da luz que nos vem da sua Palavra.

Deus ama o homem e a mulher que unem as suas vidas através do contrato matrimonial e como cristãos vivem essa vocação sacramental abençoados por Deus: “O homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa e os dois serão uma só carne”. Jesus veio aperfeiçoar a lei de Moisés sobre o matrimónio, elevando a união do homem e da mulher à dignidade de Sacramento. “Não separe o homem o que Deus uniu” (cfr Mt. 19).

Perante a realidade social do mundo em que vivemos, cheia de convulsões e dificuldade de toda a ordem, devemos estar atentos ao acolhimento da vida das famílias para ir ao seu encontro com respostas de mútua ajuda.

Sem famílias boas não há um futuro estável na sociedade e não se dá a renovação da Igreja.

Problemas como o adiamento do casamento e o da programação dos filhos levam hoje a sociedade atual a perder vitalidade e a provocar o envelhecimento precoce da população.

Diminuiu nas últimas décadas a natalidade, o que se acentuou mais neste tempo de pandemia. A Igreja deve continuar a sua missão de evangelização e catequese das famílias, através de projetos pastorais centrados no maior bem da pessoa humana e na abertura à vida. É missão do casal cristão e do seu testemunho de vida, com a ajuda dos pastores, anunciar o Evangelho da Vida às famílias e levá-las a tornarem-se verdadeiras “Igrejas Domésticas”.

A família é a célula base da sociedade, uma comunidade de vida e de amor, lugar de comunhão e de crescimento em valores humanos, morais, éticos e espirituais.

Toda a sociedade vive envolvida em diversas crises e a família não fica de fora deste panorama. Uma das principais é a falta de identidade antropológica do ser pessoa, a ausência de um verdadeiro humanismo nas relações pessoais, o enfraquecimento da vivência da fé, o aumento de novas situações de experiência de vida em comum, assim como outras razões que levam muitos batizados a assumir a realidade da família fora do contexto do sacramento do matrimónio, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ao celebrarmos no passado domingo a festa da Sagrada Família, fomos convidados a refletir e a meditar sobre o dom e a vocação da família cristã e o lugar que esta ocupa na vida da Igreja e no mundo. Fomos convidados a rezar por todas as famílias e pelos filhos para que continuem a ser segundo o desígnio de Deus, rebentos de oliveira reunidos à volta da mesa.

O baixa natalidade principalmente no nosso país, acompanhada do envelhecimento da população, deve ser algo que nos deve preocupar a todos.

Ao vivermos o Ano “Família Amoris Laetitia” peço a todos, que nos tornemos verdadeiros apóstolos da família, imitando as virtudes singulares da Sagrada Família de Nazaré. Assim, pedimos aos serviços da Pastoral da Família e diversos Movimentos Familiares, que ajudem a criar nas nossas comunidades paroquiais verdadeiras equipas de Pastoral Familiar tão necessárias para a desejada renovação da Igreja. Prestemos atenção de modo especial aos casais em dificuldade e a todos aqueles que nos procuram a pedir ajuda. Que saibamos acolher as suas vidas à luz da Palavra de Deus e dos ensinamentos dos documentos da Igreja. “Acompanhar, discernir e integrar”, para que o “caminhar juntos”, com as famílias, se torne um dom de Deus para crescer na “comunhão, participação e missão”.

Que encontremos em cada dia na família de Jesus, Maria e José o verdadeiro modelo para amar e servir as famílias, principalmente aquelas que se encontram em rotura, em divisão, conflitos, ou envolvidas em dificuldades de ordem, social, económica, saúde, trabalho ou de busca de sentido espiritual. Convido todas as famílias cristãs a rezar pelo maior bem das famílias, pelo crescimento humano, espiritual e integral dos seus filhos, imitando sempre a pessoa de Jesus, que crescia em “estatura, sabedoria e graça”.

Na reta final do ano de 2021, sabendo agradecer o presente, esperamos com confiança e esperança o amanhecer do Novo Ano de 2022, com a consciência de ajudarmos as nossas famílias a viver a sua vocação e a sua missão.

Aproveito, este momento para desejar a todas as famílias e pessoas de boa vontade da Diocese de Viseu votos de um próspero e feliz Ano Novo de 2022, repleto das maiores bênçãos de Deus, com especial atenção aos casais, crianças, jovens, avós, idosos, doentes, pobres e excluídos da sociedade.

 

† António Luciano, Bispo de Viseu
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