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Observatório Pastoral

 

A origem etiológica da palavra “família” deriva do latim, famulus, que significa escravo doméstico, sendo a família um “conjunto de escravos pertencentes e dependentes de um chefe ou senhor”. Se à primeira vista a sua etimologia pode chocar, se formos mais profundos na sua análise, chegaremos à conclusão que a sua dimensão é libertadora e dotada de um sentido de acolhimento e segurança. Se o escravo é um servo, então sim os elementos de uma família são servos uns dos outros no caminho gratuito e libertador do Amor. Ser Família é estar ao serviço do Amor e da sua construção permanente, com tudo o que isso implica.

De forma mais clara e de acordo com a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia emanada pelo nosso Papa Francisco, o matrimónio como um marco do SIM, do compromisso com este projeto de Ser-Família e os dons que dele advêm, funda-se nesta forma de servir o outro com: “generosidade, compromisso, fidelidade e paciência”. Propõe ainda, num segundo ponto, que as famílias cristãs encorajem os que as rodeiam e sejam elas próprias sinal de misericórdia, de proximidade para a vida familiar onde esta não se realiza perfeitamente ou não se concretiza em paz e alegria (p.7, Amoris Laetitia).

Exalta ainda que ao cuidar com Amor das famílias, estas não serão nunca um problema, mas uma oportunidade. A oportunidade de fazer o outro feliz, fazer o outro realizar-se, fazer o outro superar-se, encontrar no outro a realização, a felicidade e o processo de construção.

A Bíblia está repleta de famílias, vários modelos, com gerações, crises e histórias de Amor muito diferentes. A própria dimensão da família Cristã já assumiu, ela própria, ao longo da história, dimensões e estruturas muito diversificadas. A família onde Jesus foi criado é uma família peculiar e algo fora do padrão estereotipado, mas é símbolo de:

– aceitação e confiança (olhando para José)

– amor incondicional (olhando para Maria)

– compreensão e apoio no sofrimento e superação (olhando para Maria e José em relação a Jesus)

– união, ternura, misericórdia e generosidade.

Onde se gera o amor, assim se gera a salvação.

“Se os pais são alicerces da casa, os filhos constituem as pedras vivas da família” (p.13, Amoris Laetitia). O sentido de continuidade, de projeto vivo e em construção ao longo dos tempos concretiza-se nos filhos e nos filhos dos filhos através das diversas gerações (…).

 

Vera Romão e Pedro Crespo
Departamento do Laicado e Família da Diocese de Viseu
CategoryDiocese, Pastoral

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