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Observatório Pastoral

 

“Felizes os convidados”. Sim, cada um de nós se deve sentir feliz pelo convite que nos foi e é feito sem cessar, a cada momento. Convidados, não apenas para estarmos aqui, hoje e agora, mas para nos integrar nesta bela Comunidade que é a Igreja, a Igreja de Viseu. Ainda em pleno contexto pandémico, este convite já mais cessou e, continua a entoar-se em cada memorial eucarístico. Que privilégio! Jesus foi inovador nesse convite, fazendo da mesa do pão, a mesa do convívio, a mesa do diálogo, a mesa do olhar, a mesa do sorriso, a mesa do acolhimento, a mesa do AMOR. Fomos desafiados a estarmos juntos, à volta da mesa, numa perspetiva de memória, mas também de consciência e projeto. Ontem, hoje e sempre. Estarmos à mesa como amigos, como cúmplices, mesmo quando discordamos, mesmo quando não estamos em sintonia. Estarmos à mesa para caminharmos juntos, como fonte de vida e mistério da comunhão. O mistério do amor. Se assim não for, é vã esta caminhada… Atrevo-me mesmo a dizer, que nessa mesa, Jesus desafiou-nos à vivência sinodal, sem limitações, sem diferenças. A Eucaristia como sínodo para o qual fomos convidados.

É neste sentido que fomos desafiados neste ano pastoral a vivenciar a nossa fé saboreando a Eucaristia como sinal de pertença. Vivemos um momento charneiro, em que a Igreja se defronta com a oportunidade de rever o seu caminho pastoral nos vários setores. Somos desafiados a ler os sinais dos tempos e melhorar cada vez mais a nossa presença na e em comunidade, para não cairmos no perigo de nos tornarmos obsoletos. E o Sínodo dos Bispos é já exemplo desse estar à mesa, juntos, num recomeçar a partir de Cristo. Tenhamos a coragem e o desejo de, à mesa, juntos, estarmos atentos a esses sinais dos tempos. Tenhamos presente o tão conhecido provérbio africano “se queres chegar depressa corre sozinho; se queres chegar longe, corre juntamente com os outros.”

Tendo comemorado mais uma festa da dedicação da nossa Catedral, continuemos a entoar o verdadeiro hino do convite, sem estarmos preocupados com currículos. A Igreja é espaço aberto para todos, sem exceção. Não estejamos à porta com um dispositivo para validar seja o que for. Estejamos sim à porta, para apenas convidar a entrar, sem distinções. Entrar nesta ‘CASA-Igreja’ e funcionarmos como autênticos agentes imobiliários, cativando todos aqueles que entram para ver, experimentar, sentir e, no fim, que se possa sentir bem e queiram ficar. Felizes os convidados…

 

Texto dedicado a frei Domenico Celebrin, que esteve à porta e me acolheu, fazendo-me apenas sentir bem nesta ‘CASA’ que é a Igreja. Obrigado pelo acolhimento. Sou feliz porque fui convidado a entrar, a sentir-me bem acolhido e a ficar!

 

Pedro Miguel,
responsável diocesano dos Acólitos de Viseu
CategoryDiocese, Pastoral

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