A festa da Páscoa está a chegar, aproxima-se a hora de Jesus entregar a sua vida ao projeto do Pai pela salvação da humanidade.
A Igreja convida os seus fiéis através da celebração da Liturgia a subir a Jerusalém para aí com Jesus vivermos com fé a memória da sua entrada triunfal na cidade Santa de Jerusalém, onde chegou montado num jumentinho. O povo aclamava com ramos de oliveira e de palmeira cantando: “Hossana ao Filho de David. Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel. Hossana nas alturas”.
Na liturgia do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, a Igreja recorda a entrada de Cristo em Jerusalém para consumar o seu mistério Pascal. Por isso, em todas as Missas se comemora esta entrada do Senhor na cidade santa, ou com a procissão, ou com a entrada solene antes da Missa.
Esta celebração ajuda-nos a compreender todo o mistério da vida de Cristo, que passou a sua vida a fazer o bem, e entregou-se voluntariamente à morte para fazer a vontade do Pai. A entrada triunfal de Jesus como Rei na cidade Santa de Jerusalém, diante da qual Ele chorou, porque não quis ouvir o seu apelo de graça e misericórdia, inicia a sua entrega ao Pai, para dar início ao mistério da sua Paixão, Morte e Ressurreição.
É preciso subir em cada dia a Jerusalém para participarmos dos mistérios da Redenção oferecidos pela humanidade.
Procuremos com um verdadeiro espírito de penitência, de oração e de caridade viver a espiritualidade cristã da liturgia da Semana Santa descobrindo a atualidade dos mistérios de Cristo na vida da sua Igreja. Vivamos o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor unidos a Cristo Senhor e Rei do Universo, proclamando na fé a alegria, de que toda a nossa glória está na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sejamos generosos na partilha da nossa Renúncia Quaresmal que este ano se destina às vítimas do terramoto na Turquia e na Síria. Rezemos por esses irmãos envolvidos em tanto sofrimento e dificuldades.
A celebração da “Missa Crismal” na Quinta-Feira Santa de manhã, celebrada pelo Bispo com o Presbitério e o Povo Santo de Deus na Igreja Catedral da Diocese, tem um significado profundo para a Igreja mistério de comunhão e de unidade em caminho Sinodal.
Todos juntos como Igreja, todos reunidos à volta do mesmo altar em sinal de fraternidade evangélica, o povo sacerdotal louva o Seu Senhor.
Nesta solene Eucaristia, concelebrada por todos os sacerdotes, damos graças a Deus pelo dom do Sacerdócio ministerial nos três graus do Sacramento da Ordem: Diaconado, Presbiterado e Episcopado. Com todos, o Bispo reza pela Igreja, pelo povo de Deus espalhado por todas as comunidades da Diocese. O Bispo convida os fiéis presentes na celebração a rezar por ele, pela santificação dos sacerdotes, pelo povo de Deus e pelo aumento das vocações de consagração e ministérios na Igreja. São ainda benzidos os óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos e consagrado o óleo do Santo Crisma.
A celebração do mistério Pascal de Cristo, na
sua totalidade, constitui o momento privilegiado do culto cristão, não só no desenvolvimento anual, mas quotidiano e semanal. O mistério pascal de Cristo é o princípio basilar de toda a vida litúrgica da Igreja. Em sentido alargado envolve toda a celebração do Tríduo Pascal, fazendo memória da Morte e Ressurreição de Jesus, da qual resplandece toda a beleza e novidade da vida em Cristo, que brota do mistério da sua morte redentora.
O Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus é o ponto culminante de todo o Ano litúrgico. Inicia-se Quinta-Feira Santa com a Missa Vespertina da Ceia do Senhor, onde se vive o rito do Lava-pés, e se faz memória da Instituição da Eucaristia, sinal do amor e da caridade de Cristo. Continua na celebração da Paixão e Morte do Senhor em Sexta-feira Santa. Tem o seu centro e cume na Vigília Pascal e leva à celebração do Domingo da Ressurreição, anunciando ao mundo a vida nova, que Jesus o Ressuscitado ofereceu à Igreja e a toda a humanidade.
O significado teológico, cristológico e eclesial dos três dias é realçado pelo Catecismo da Igreja Católica do seguinte modo: “Partindo do Tríduo Pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da Ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade” (nº 1168).
Vivamos com espírito de fé e esperança pascal a Liturgia do Domingo de Ramos, a Bênção dos Ramos, a Semana Santa, a Missa Crismal e toda a riqueza do Tríduo Pascal, para que participando na celebração da Eucaristia, memorial da Ceia do Senhor, participemos do mistério da Sua Morte e da Sua Sepultura, aguardando com esperança a Luz da Sua Ressurreição gloriosa.
Vivamos intensamente como cristãos estas festas pascais e com a intercessão de Nossa Senhora e de São José, sejamos testemunhas de Cristo Ressuscitado com o seu sorriso nos lábios, o coração orante e as mãos cheias a dedicarem-se ao serviço do próximo.