Decorria o dia 13 de maio de 1917, quando três crianças de nome Lúcia, Jacinta e Francisco, naturais do lugar de Aljustrel, paróquia de Fátima conduziram o rebanho da família como de costume a pastar no lugar da Cova da Iria.
Era por volta do meio dia, quando foram surpreendidas por uma luz vinda do lado do nascente se fixou sobre uma pequena azinheira uma “Senhora mais brilhante do que o Sol”.
Surpreendidos com o sucedido, depressa se deixaram envolver pela intensidade daquela luz e entrando em diálogo com a Senhora perceberam de imediato que se tratava da Mãe de Jesus, que do céu lhes trazia uma mensagem de amor, de paz e de esperança. O facto ocorreu junto do lugar onde hoje se encontra construída a Capela das aparições.
Durante seis meses têm a visita de Nossa Senhora neste lugar, exceto o mês de agosto, que Nossa Senhora os visita nos Valinhos a 19 de agosto, porque no dia 13 encontravam-se presos na cadeia de Ourém.
Durante os encontros com Nossa Senhora os pastorinhos ouviram a Mãe de Jesus falar-lhes de muitas coisas do céu e da terra convidando-os a rezar o terço todos os dias para alcançar o fim da guerra, obter a paz e pedir pela conversão dos pecadores. A mensagem da Virgem Maria, a Senhora vestida de branco, resplandecente como o sol falou-lhes sobre os seguintes temas: de Deus, do céu, da graça santificante, da vida em graça, da oração do terço, da conversão dos pecadores, das almas que não têm quem reze e se sacrifique por elas, dos doentes, da guerra, da paz, da conversão do coração, da penitência, da emenda de vida, do sacrifício, do arrependimento dos pecados, do cumprimento do dever, do amor a Jesus, à Igreja, ao Santo Padre, aos bispos, sacerdotes, consagrados e leigos.
A Mensagem de Fátima resume o convite do Evangelho de Jesus à conversão e à emenda de vida, para abraçarmos a vida em graça, caminho de santidade, que nos conduz a Deus.
Ao longo destes dias são muitos os peregrinos que se dirigem a caminho do Santuário da Cova da Iria para participarem nas celebrações da 106ª Peregrinação, que este ano é presidida pelo Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Parolin.
A Mensagem de Fátima continua a ser atual para a humanidade como profecia da esperança, da paz, do desejo de renovação da Igreja, na busca de um mundo melhor, mais fraterno, mais solidário e lugar de paz e cuidado de tantos irmãos envolvidos em tantas situações de sofrimento, de angústia, de guerra, de morte, de descarte e de solidão.
Vivamos esta peregrinação física ou virtual ao altar do mundo, durante estes dias ao Santuário de Fátima, contemplando na oração o rosto de Nossa Senhora, que nos sorri, nos fala de Deus, do céu, da humanidade e continua a pedir aos cristãos que rezem o terço todos os dias.
A Igreja em Portugal desafia de modo especial os jovens e os cristãos a imitar a jovem de Nazaré nesta peregrinação. “Maria, levantou-se e pôs-se a caminho”. Também nós cristãos devemos fazer o mesmo…
A caminhada para a JMJ desafia os jovens do mundo inteiro a viver a fé como experiência de comunhão com Maria, centrada no seguimento de Jesus Cristo, Crucificado, Ressuscitado. Os anseios e as esperanças dos jovens não se identificam com uma vida superficial e medíocre, rotineira e caduca, mas confiam na criatividade do Espírito que nos liberta, responsabiliza diante dos problemas humanos e dificuldades sociais.
Que Nossa Senhora de Fátima inspire os jovens da nossa Diocese a fazer a peregrinação da vida, da esperança, do encontro, da festa com o Papa Francisco em comunhão com os jovens do mundo inteiro na JMJ em Lisboa de 1 a 6 de agosto de 2023.
Que no Santuário de Fátima, ou noutro lugar, ao longo destes dias o nosso coração se una pela fé e na oração ao do Imaculado Coração de Maria.