Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Jesus está vivo e presente nas espécies do Pão e do Vinho, na Santíssima Eucaristia. O Filho do Eterno Pai no mistério da união hipostática uniu a natureza divina à nossa natureza humana no seio da Virgem Maria, ao encarnar no seu seio por obra e graça do Espírito Santo. Na Santíssima Eucaristia está Jesus presente, no mistério de comunhão e unidade que brota do amor uno e trino de Deus.

Na espiritualidade da Mensagem de Fátima, com uma grande componente eucarística e mariana, na aparição do Anjo, quando trouxe aos pastorinhos a Santíssima Eucaristia ensinou-lhes a seguinte oração: “Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. Adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido e pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria”.

Esta oração que rezamos, coloca-nos diante do mistério de Deus, revelado no amor misericordioso do Pai, que nos enviou o Seu Filho, Jesus Cristo, o Salvador do mundo, que morreu na Cruz para nos salvar. Ressuscitou na manhã solene do Domingo de Páscoa, gerando em nós a vida nova pela ação do Espírito Santo, para comunicar a toda a humanidade os dons da salvação eterna.

Passou a sua vida a fazer o bem, realizando sempre a vontade do Pai, anunciando o Evangelho do Reino e cuidando dos pobres, dos doentes e chamando os pecadores à conversão. Segundo o relato do Evangelho, Jesus percorria todos os lugares, aldeias, vilas e cidades e curava as suas enfermidades, tinha compaixão de todos, porque eram como ovelhas sem pastor.

Esse Jesus que partilhou a vida com os pecadores, também multiplicou os pães e os peixes para saciar a fome da multidão. Este pão abençoado, partido e distribuído é sinal de um outro pão, o pão da Eucaristia, que Jesus institui no decorrer da última ceia com os seus discípulos.

Jesus disse: “Eu sou o Pão Vivo descido do Céu, quem comer deste Pão viverá eternamente”. Jesus referia-se ao seu corpo que na última ceia se entregou por nós, amando e servindo os seus até ao fim. Para perpetuar a sua vida e a sua presença no meio de nós, quis ficar sacramentalmente presente nas espécies do pão e do vinho que tomou nas suas mãos, abençoou e entregou dizendo: “Tomai e comei isto é o meu Corpo, fazei isto em memória de mim”. “Tomai e bebei este é o cálix do meu sangue, fazei isto em memória de mim”. O Concílio Vaticano II, na linha da Tradição Apostólica e da Igreja, expôs com solenidade a doutrina sobre o mistério da Eucaristia, que hoje continua a ser proclamada nos mais diversos documentos do Magistério.

“O nosso Salvador institui na última ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do seu Corpo e do Seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da Cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: Sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura” (SC 47).

Na Santíssima Eucaristia Jesus está vivo por nós, no mistério da comunhão eucarística, torna-se nosso irmão, nosso companheiro de jornada, que nos alimenta na vida espiritual, até à vida eterna.

Ao celebrarmos a Eucaristia da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, e a solene procissão com Jesus na Hóstia Consagrada na próxima Quinta-Feira, a Igreja convida os fiéis a recordar e a viver o acontecimento de Quinta-Feira Santa, quando

Jesus instituiu durante a Ceia, o Santíssimo Sacramento. A partir desse dia a Igreja faz memória de Jesus, celebrando a Eucaristia, a que chamamos também de Missa, Sacramento de vida e de graça para todo o povo de Deus em caminho sinodal.

Nesta celebração do Corpo de Cristo, alegremo-nos por este dom de Jesus, que se entregou por nós ao Pai, ensinando-nos também a dar a vida, a servir e a lavar os pés aos nossos irmãos, como Ele fez aos apóstolos.

Os documentos que, falam do Culto Eucarístico ou da Missa afirmam: “A Eucaristia faz a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia”. Precisamos de sacerdotes para presidir e celebrar a Eucaristia, mas precisamos do povo de Deus reunido para celebrar estes Mistérios, não deixando que as igrejas fiquem vazias pela nossa ausência.

A falta de vocações sacerdotais na Igreja está a limitar a presença de ministros ordenados suficientes para presidir à Eucaristia nas nossas comunidades.

Temos que dar passos pela catequese, oração e formação dos leigos para que valorizem nas suas comunidades a celebração da Eucaristia em cada domingo. Devemos pensar em muitas comunidades que já não têm habitualmente a celebração da Eucaristia ao Domingo de modo a serem assistidas por cristãos que orientem a celebração da Palavra e pela oração, adoração e comunhão eucarística celebrem sem participar na Eucaristia, o Dia da Ressurreição do Senhor. Esta prática começa a tornar-se comum em muitas comunidades eclesiais.

Rezemos por este problema pastoral da Igreja e diante de Jesus Eucaristia na oração, contemplação, ação de graças e louvor peçamos o dom de mais sacerdotes para a Igreja.

Rezemos para que aumentem os Ministros Extraordinários da Comunhão e os Animadores da Celebração da Palavra, na Ausência do Presbítero. Estes ministérios na igreja ajudam os cristãos como discípulos missionários a alimentar a fé com o pão da Palavra e da Eucaristia.

Apesar das dificuldades sentidas pela falta de sacerdotes para servir o povo de Deus e as suas comunidades, é preciso fazer uma reflexão séria e profunda sobre este desafio pastoral. Diante de Jesus presente na Santíssima Eucaristia, com Maria pedimos na oração o aumento da nossa fé dizendo: “Ó Jesus, eu vos louvo e vos amo no Santíssimo Sacramento”.

 

† António Luciano,
Bispo de Viseu
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