Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Observatório Pastoral

 

Para quem trabalhou de forma séria e empenhada durante o ano escolar, as férias são merecido tempo de descanso. Espero que, cada ano, possas desfrutar deste tempo e que cresças em todos os sentidos e dimensões. Uma das experiências que talvez faças é o do contacto com pessoas/culturas/ambientes diferentes daqueles que estavas habituado e isso pode ser uma riqueza, mas pode também criar alguma confusão e até medo. Ora, a pluralidade é um facto inegável, mas que nos remete inevitavelmente para a (procura da) unidade.

Vivemos, cada vez mais, em grandes metrópoles, cercados de pessoas muito diferentes de nós. Gente de todo o tipo de perfil profissional, político, cultural e religioso. Vivemos todos lado a lado, mas de certa forma isolados… Vivemos, assim, agrupados por várias razões (geográficas, religiosas, ocupacionais…), criando a totalidade da espécie humana, uma totalidade composta pela diversidade, que, no entanto, clama por unidade.

Há algo que nos une. Na procura por unidade, o respeito pelo outro assume-se como uma etapa fundamental. Somos diferentes, mas, também, somos todos iguais e há algo que nos une, constituindo a essência da humanidade: a dignidade e o respeito que nos merecem os outros. Perceber quem está ao nosso lado e aceitar a sua expressão individual, dentro dos limites da cidadania, é fundamental para evitarmos os constantes conflitos entre nós.

No entanto, esta coexistência, muitas vezes, não se assume como colaboração, nem possibilita que desfrutemos de toda a potencialidade humana. Quanta criatividade e riqueza poderiam emergir destes encontros se soubéssemos estar uns com os outros numa perspetiva colaboradora possibilitando, assim, a construção de um mundo melhor! Assim, como gastamos energias e forças a afirmar a diversidade, também as deveríamos gastar a afirmarmos a necessidade da unidade.

O que significa a unidade. O princípio da unidade na diversidade está intimamente associado ao conceito da unidade da humanidade. A apresentação de ambos os conceitos, dentro da proposta de uma educação formadora de novos hábitos e valores, traz à tona o surgimento de um novo tipo de cidadão, comprometido com uma visão mais ampla: preocupado não apenas com o local, mas também com o global; não apenas com a diversidade e a pluralidade, mas também com a unidade e a comunhão.

A construção da unidade. A unidade pode construir-se mediante a colaboração. Assim, a busca da unidade pressupõe, de cada um de nós, a capacidade de acolher o outro, igual a nós em dignidade, mas, inevitavelmente, diferente em personalidade e escolhas, e descobrirmos o que nos une num laço indissolúvel. O diálogo assume-se, por isso, como o único meio para o encontro com o outro, diferente de nós e, no entanto, igual.

Mas a unidade é também um dom. Na cultura bíblica nós não fazemos a unidade, ela é fruto do amor de Deus, da ação do Espírito Santo em nós. O amor faz nascer o desejo de unidade. O amor cria comunhão entre as pessoas e entre as comunidades. Se nos amamos, buscamos aprofundar a nossa comunhão, e (re)orientamo-la para a perfeição.

 

Prof. Abel Dias
Diretor do SDEC da Diocese de Viseu
CategoryDiocese, Pastoral

© 2016 Diocese de Viseu. Todos os direitos reservados.
Desenvolvimento: scpdpi.com

Siga-nos: