Estamos a meio do tempo do verão, período de muitas festas e eventos, quer de matriz religiosa, quer de cariz popular, como as feiras, arrais, que dão vida às comunidades e congregam pessoas em convívio nas aldeias, vilas e cidades. Há eventos, feiras e arrais, que promovem o encontro com a comunidade proporcionando o divertimento festivo e a diversão entre o povo.
A JMJ foi a maior festa, ou evento que alguma vez aconteceu em Portugal, pois Lisboa reuniu um milhão e meio de pessoas para estarem e rezarem juntas com o Papa Francisco.
As festas religiosas são outra coisa, têm as suas raízes e origens no sagrado. Têm regras e orientações da Igreja para promover o verdadeiro culto a Deus, a Nossa Senhora e aos Santos, promovendo a cultura da fé e o respeito pela dignidade da pessoa humana.
Não existe nenhum lugar em Portugal desde o mais recôndito vale, ao alto de um monte, onde não se situe uma capela, uma Igreja matriz, uma igreja secundária, um santuário, onde durante o tempo de verão de modo particular o mês de agosto e de setembro, se celebra uma festa em honra de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Nossa Senhora, ou de um Santo padroeiro, que faz daquele lugar de peregrinação e de romaria um espaço de oração, de encontro, e de convívio. A celebração da Eucaristia, ponto central da festa onde o povo de Deus se reúne festivamente para honrar Nossa Senhora ou o seu Santo padroeiro é sempre um lugar de graça e com originalidade. Assim acontece no dia 5 de agosto com a festa de Nossa Senhora das Neves, no dia 15 de agosto com a Assunção de Nossa Senhora ao Céu, no dia 22 com a celebração de Nossa Senhora Rainha e Mãe.
Todos os domingos são de festa e são muitos os títulos dados a Nossa Senhora: da Esperança, do Castelo, de Viso, da Natividade, da Ajuda, da Saúde, dos Remédios, do Carmo, do Rosário de Fátima, da Misericórdia, da Piedade, das Graças, das Dores e tantas outras invocações que nos falam da beleza e ternura da Mãe de Jesus e Nossa Mãe.
É o modo simples e humilde do povo cristão se relacionar na sua fé com Nossa Senhora a Mãe de Jesus e com os seus Santos padroeiros.
As festas são necessárias na caminhada da fé e devem ser um momento de caminho eclesial e sinodal forte, onde todos caminhem juntos na comunhão, na participação e na missão. As festas devem ajudar a crescer o povo de Deus como Igreja e como comunidade, que vive a corresponsabilidade e a unidade na missão de ser “discípulo missionário”.
As festas para produzirem bons frutos devem ser bem preparadas e bem vividas espiritualmente.
É muito pobre uma festa em que se fica apenas pela celebração da Eucaristia e pela procissão solene e não teve um tríduo espiritual de pregação, ou serviço de reconciliação.
Vivamos o tempo de verão como tempo de graça e esperança no Senhor que passa em cada dia na nossa vida para nos dar a energia nova que precisamos para sermos felizes.
O verão é por excelência o tempo privilegiado para ter férias, retemperar energias, carregar baterias, provocar encontros familiares e viver eventos e festas com amigos e com a comunidade.
O período do verão tem eventos muito diversificados: convívios, passeios, festas, celebrações de momentos marcantes na família como o batizado de um filho, a celebração do matrimónio de dois jovens enamorados, a celebração do aniversário de nascimento, de matrimónio, ordenação sacerdotal e tantas outras formas de fazer memória agradecida para cantar os parabéns ou dar graças a Deus pela fidelidade de um dom recebido.
Desejo a todos um bom tempo de verão. Que aproveitem o melhor das nossas festas para crescer na fé e nos valores humanos e cívicos.
Um tempo merecido de férias gratificante e repousante, não se deve esquecer de Deus, que não está de férias na nossa vida, mas deve dar sentido e esperança às nossas férias e tempo de descanso.