Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Corações Ardentes, pés ao caminho.

Este é o mandato missionário de Jesus: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a todas as criaturas. Aquelas que acreditarem batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (cf. Mt 28,18-20 e Mc 16,15-16).

“A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na “missão” do Filho e do Espírito Santo” (Decreto sobre A Atividade Missionária da Igreja, nº 2). Todos somos missionários e somos chamados à missão da Igreja. Como São Paulo, devemos dizer: “Ai de mim se não Evangelizar”. Que estou eu a fazer pela missão da Igreja, na família, na paróquia, na catequese, no movimento, na escola, no lazer e em todos os lugares onde sou enviado. “Não tenhais medo! Tende confiança, Eu venci o mundo”, disse Jesus aos seus discípulos.

Como afirma o Papa Francisco na sua mensagem: “No momento da frustração, o Senhor toma a iniciativa de se aproximar dos seus discípulos e caminhar a par deles. (…) Hoje, como então, o Senhor ressuscitado está próximo dos Seus discípulos missionários e caminha a par deles, sobretudo quando se sentem frustrados, desanimados. Por isso, “não deixemos que nos roubem a esperança” (Mensagem do Papa Francisco para o Dia das Missões).  Sejamos protagonistas da esperança e da paz no anúncio da “Alegria do Evangelho” àqueles que estão feridos e doentes e esperam por uma “Igreja em saída”.

A Mensagem do Papa Francisco diz-nos: “Os corações ardentes pela Palavra de Deus impeliram os discípulos de Emaús a pedir ao misterioso Viandante que ficasse com eles ao cair da noite. Precisamente no momento em que reconhecem Jesus n’Aquele-que-parte-o-pão,” Ele desapareceu da sua presença” (Lc 24,31). (…) “Tornou-se invisível, porque agora entrou dentro do coração dos discípulos. Assim, Cristo ressuscitado é Aquele-que-parte-o-pão e, simultaneamente, o-Pão-partido-para-nós. E, por conseguinte, cada discípulo missionário é chamado a tornar-se, como Jesus e n’Ele, graças à ação do Espírito Santo, aquele-que-parte-o-pão e aquele-que-é-pão-partido para o mundo”.

O Dia Mundial das Missões é uma oportunidade para renovar a nossa vocação batismal como discípulos missionários, à semelhança dos discípulos de Emaús, que escutam e ouvem as Palavras de Jesus e, depois de o encontrarem e reconhecerem no partir do Pão, O testemunham na Sua vida. Ajudemos a Obra Missionária da Igreja e a “Missão Ad Gentes” com a nossa oração e com a partilha do nosso pão através da esmola para ajudarmos a crescer a Igreja onde Ela mais necessita: na África, na Ásia, na Oceânia, na Europa e nas Américas.

Onde quer que Deus nos chame e coloque hoje, aqui e agora, devemos ser missionários e missionárias. Algo que não é fácil no tempo em que vivemos, como não o foi no tempo de Jesus, como ouvimos no relato das palavras do Evangelho. A missão deve levar sempre ao encontro pessoal com Jesus Cristo, o Missionário do Pai. Pensemos por isso no sofrimento em tantos missionários e nas suas dificuldades de cada dia, rezemos por eles e por todos os que beneficiam das Obras Missionárias da Igreja e por tantos homens e mulheres que deram a vida pela missão e morreram mártires por causa de anunciar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem te preocupares com ninguém, pois sabemos que não fazes aceção de pessoas”.

A primeira leitura de Isaías fala-nos do Deus único. “Eu sou Deus e mais ninguém”. Tomei Ciro pela mão para subjugar diante dele as nações. Deus serve-se de um rei estrangeiro para conduzir Israel ao bom caminho.

O testemunho missionário de Paulo, Silvano e Timóteo, à Igreja dos Tessalonicenses: “O nosso Evangelho não foi pregado somente com palavras, mas também com obras poderosas, com a ação do Espírito Santo”. O Espírito Santo é o protagonista da Missão.

A Igreja existe para a missão e sem missão não há Igreja. Sejamos todos missionários alegres e felizes, construtores da Paz no mundo de hoje. Pedimos o fim da guerra e da violência em Israel, na Palestina, na faixa de Gaza, no médio Oriente, na martirizada Ucrânia e noutros países do mundo.

Recordemos que a Igreja de Cristo não se limita à nossa paróquia ou ao nosso país. Certifiquemo-nos de que os irmãos e irmãs, nos confins do mundo, possam beneficiar da graça da fé. Vamos sempre apoiá-los com as nossas orações e as nossa ofertas. O Sínodo dos Bispos, reunido em Roma, convida-nos a “Caminhar juntos” e a fazer da Igreja missionária mistério de “comunhão, na participação e na missão”.

O Evangelho deste Domingo (Mt 22,15-21) mostra-nos Jesus a lutar contra a hipocrisia dos seus adversários: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. “Porque me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. Eles apresentaram-lhe um denário e Jesus perguntou: De quem é esta inscrição? Eles responderam: De César. Disse-lhes Jesus: Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

A imagem de Deus não está gravada no ouro, mas no coração de cada ser humano. “Na realidade, Jesus é a Palavra viva, a única que pode fazer arder, iluminar e transformar o coração. Deixemo-nos sempre acompanhar pelo Senhor ressuscitado que nos explica o sentido das Escrituras” (Mensagem do Papa Francisco, Dia Mundial das Missões). Todos somos chamados a ser missionários na Igreja, em “caminhada sinodal”, e a viver com ardor o método da Nova Evangelização, de que tanto falava São João Paulo II.

Confiemos a Nossa Senhora a paz no mundo. Rezemos pelos bons frutos do Sínodo e, por intercessão de Maria Rainha das Missões, de São José, de São Teotónio, de Santa Teresinha e da Beata Rita, rezemos por todos os missionários e peçamos o aumento das vocações missionárias na Igreja. Que todos vivamos como cristãos a fé na nossa vocação batismal como caminho para Cristo, que nos chama a ser discípulos missionários, nas nossas comunidades. Ámen!

Sé de Viseu, 22 de outubro de 2023

+ António Luciano, Bispo de Viseu

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