Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Esta é a grande questão eclesial e pastoral que se coloca a todos os cristãos e preocupa a Igreja. O que fica depois do Sínodo? A reflexão, a oração, a escuta, a partilha, a experiência, um belo documento cheio de recomendações pastorais? Como vamos implementar as orientações do Sínodo nas nossas paróquias, comunidades, secretariados, famílias, escolas, movimentos e obras.

“A Evangelização implica também um caminho de diálogo” (EG 238). O acolhimento, o diálogo e o encontro com os outros que o “caminho sinodal, nos pede para fazer juntos é o maior desafio que é feito às nossas comunidades cristãs.

Nada deve ficar na mesma, porque o Espírito Santo renova toas as coisas e conduz-nos à verdade plena. A vida pastoral das paróquias deve gerir-se também com verdade, transparência e prudência procurando sempre um bem maior para Deus e para nós.

Que vamos fazer de diferente na Igreja Diocesana? Repetir o mesmo do passado, mesmo que seja algo de positivo e bom? Vamos criar algo de novo no estilo de ser Igreja Sinodal e inovar nos processos pastorais. Que vamos fazer então? O mundo mudou e as pessoas também e muitos problemas são diferentes e novos todos os dias. Eu sonho com a renovação da Igreja e entusiasma-me o seu dinamismo e espírito missionário, apresentado em tantos documentos e intervenções pelo Papa Francisco e pela experiência do caminho do Sínodo sobre a Sinodalidade.

Muitos referem que se fala muito sobre o tema, mas não se avança com coisas concretas, talvez tenham alguma razão, mas o caminho faz-se caminhando. A primeira mudança é a conversão do coração, uma experiência pessoal que depende da liberdade e da responsabilidade de cada um.

Octávio Carmo, jornalista da Agência Ecclesia, diz-nos: “Convido-vos a apontar uma data: 25 de outubro. É já esta quarta que vamos conhecer o texto final da Carta ao Povo de Deus que os participantes no Sínodo vão escrever, dando assim um sinal da necessidade de envolver todas as comunidades neste processo, que não termina esta semana, mas prossegue até à nova sessão, de 2024”.

A autonomia da pessoa humana tem sempre a ver com a relação que somos capazes de fazer uns com os outros. Uma autonomia que respeita o outro e aceita as suas diferenças no seu caminho pessoal com respeito, liberdade e tolerância é hoje uma regra pastoral muito importante a implementar.

Muitas das dificuldades existentes nas nossas paróquias e comunidades têm a ver com a falta de capacidade para gerir o acolhimento, o encontro, o diálogo, a formação e o espírito de trabalhar juntos em todas as frentes com pastores e leigos em muitos setores da pastoral e espaços eclesiais.

Hoje vivemos um momento da história muito fragilizado e vulnerável, que enfraquece as pessoas nas relações entre si, com a Igreja e a própria sociedade. Mas este é um mundo com as pessoas que Deus continua a amar de forma única e irrepetível

A teimosia dos responsáveis dos povos perante os desafios das guerras e dos conflitos armados, são contrários ao desejo de bem-estar, de desenvolvimento, de tranquilidade, de felicidade e de paz.

Momentos dramáticos como aqueles que o mundo atual está a viver e a atravessar, nomeadamente com a fatídica guerra na Ucrânia, na Terra Santa, em Israel, na Palestina, na Faixa de Gaza, no Sudão e em tantos outros países do mundo, mostram a grande fragilidade dos responsáveis das nações em construir a paz e pôr termo à guerra.

A impotência das Organizações Internacionais em dialogar entre as partes e assinar acordos de paz está a fazer retroceder o avanço do projeto civilizacional, que parecia adquirido. Sim à Paz! Não à guerra! Continuemos a rezar e a fazer tudo para que a guerra acabe e a paz se torne o caminho da civilização do amor.

E depois do Sínodo? Continuemos a sonhar, a caminhar juntos, a trabalhar e a rezar para que a Igreja seja em cada um de nós, e no mundo um verdadeiro projeto de “comunhão, participação e missão” a irradiar a vida e a luz de Cristo Ressuscitado.

 

† António Luciano
Bispo de Viseu
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