Sejamos construtores de uma Europa próspera, renovada, rica na cultura, na educação, no património e nos valores humanistas, cívicos, éticos e cristãos.
Os habitantes dos 27 estados membros da União Europeia com cerca de 361 milhões de eleitores votaram de 6 a 9 de junho de 2024 para eleger 720 euro deputados, que vão ocupar o Parlamento Europeu nos próximos cinco anos. O resultado das eleições com um número elevado de abstenções, surpreendeu de novo todos os cidadãos.
Desejamos a todos os eleitos e responsáveis pelos destinos da Europa as maiores felicidades, para que na diversidade das forças políticas lideradas pelo PP possam fazer desta Comunidade um lugar de desenvolvimento, de prosperidade, de cultura, de trabalho e de realização para todos com a preocupação de acolher a todos, integrar os migrantes e refugiados e lutar contra as desigualdades, descriminações e pobreza.
A Europa não pode apagar e esconder as suas raízes cristãs e humanistas. Quando todos os países da União Europeia pensarem mais nos valores da unidade, fraternidade e solidariedade cresce mais a consciência responsável de que somos um povo com história formado pela diversidade de vários países.
Uma Europa mais desenvolvida, atenta às oportunidades das novas matérias primas e das novas tecnologias, acompanhando os desafios de uma economia global, que cuide equitativamente de todos, ofereça trabalho a todos e distribua a riqueza com os pobres contribuirá para uma maior inclusão de todos na construção de uma nova família e de uma sociedade onde os valores da justiça, da paz, da igualdade, do amor e da proximidade constroem laços mais fraternos e solidários. Espero numa Europa que tem a missão de ser construtora de valores, geradora de ideais humanistas, a valorizar a comunidade, a promover o bem comum, o bem estar social, a liberdade, a responsabilidade, a democracia, a construção da paz, o desenvolvimento económico e civilizacional na diferença das culturas, da arte, da ciência e do saber, que emergem na vida das populações, dos governos e na história deste velho continente, que nasceu e contínua marcado pelo humanismo e pela revelação da mensagem cristã.
Muitas vezes ouvimos comentários de várias índoles e perguntas que parecem colocar em risco o presente e o futuro da Europa. Somos cidadãos da Europa, por isso desejo aos responsáveis pela condução dos destinos da Europa as maiores felicidades, na esperança de que tudo façam pelo melhor dos habitantes da União Europeia.
Só uma Europa forte, coesa, unida, desenvolvida e próspera será capaz de responder vãos grandes desafios internos e externos no nosso tempo e do nosso mundo. Confiemos no destino da Europa, trabalhemos pelo seu progresso, rezemos pela paz, pelo fim das guerras, pelos habitantes da Europa e pelos seus problemas, para que à luz do Evangelho, da Doutrina Social da Igreja e dos valores humanistas encontrem o rumo do desenvolvimento no caminho da estabilidade política e social marcado pela fraternidade e “Esperança, que não engana” (Rom 5,5).
Muitos continuam a perguntar: Para onde caminha a Europa? O que esperamos da Europa? Qual é o futuro da Europa? Como nos podem ajudar os nossos Governantes?
Não sei responder às perguntas, mas quero ser otimista em relação ao presente e ao futuro. Eu acredito que é possível um mundo melhor, uma sociedade mais justa e de que todos seremos capazes de construir a civilização do amor.
Não fiquemos indiferentes, a Europa precisa de todos os cidadãos livres, crentes, cristãos, católicos e pessoas de boa vontade. Europa não te afastes do caminho e da missão que te confiaram os teus maiores.
Ajudemos todos a construir uma União Europeia livre, acolhedora, próspera, moderna, desenvolvida, democrática, aberta ao mundo cuidando dos pobres e dos frágeis na fraternidade e na solidariedade social que transforma a vida e enche de beleza o coração.
Fazer da Europa um continente com alma e coração, onde se vive feliz, em segurança, onde a educação com as novas gerações não descrimina, onde o trabalho efetivo é um bem para todos e o cuidado e atenção aos reformados, aos idosos, aos doentes e aos pobres é a exultação de uma bem-aventurança e a prática das obras de misericórdia.
Confio à proteção de Deus, de Nossa Senhora e dos Santos(as) padroeiros(as) da Europa o seu povo, os seus governantes, o presente e o futuro abençoado deste projeto de desenvolvimento e realização comum.
António Luciano, Bispo de Viseu