
Fátima acolheu as Jornadas do Clero das Dioceses do Centro – Aveiro, Coimbra, Guarda, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco e Viseu – que terminaram ontem, dia 30 de janeiro, após três dias de trabalho intenso.
O Bispo de Viseu, D. António Luciano, em conjunto com cerca de 40 sacerdotes e diáconos da diocese, participou na formação que juntou mais de 200 membros do clero das seis dioceses. O Prelado salienta a importância destas “Jornadas do Clero que abordaram temáticas fundamentais para a renovação da vida das comunidades cristãs”.
“Foram dias importantes de trabalho, com oradores portugueses e estrangeiros que, através das suas conferências, abriram horizontes sobre aquilo que é a comunicação da fé e a sua transmissão em tempos de mudança, que foi o mote destas jornadas, abordando também os desafios que se colocam na transmissão do Evangelho nos dias de hoje”, destaca o Bispo de Viseu.
Outra ideia principal, debatida durante estes três dias, é que o futuro da Igreja depende de todos os envolvidos reunirem esforços em caminho sinodal. “Todos os cristãos são protagonistas nesta renovação da Igreja, sejam eles sacerdotes, missionários, consagrados ou leigos. O trabalho conjunto deve partir de todos”, acrescenta D. António Luciano.
Durante estes três dias, foram apresentados temas fundamentais para a vivência da fé cristã e a identidade dos cristãos dentro da Igreja e do mundo. “Foram abordados modelos de organização e implementação de estilos de vida nas comunidades cristãs, que contrariam aquilo que é o sentido da cristandade. Ou seja, as comunidades cristãs devem ser, cada vez mais, constituídas por discípulos missionários que levam a mensagem de Jesus às periferias sem esquecer a vivência central”, refere o Bispo de Viseu.
Os trabalhos foram iniciados pelo Bispo de Aveiro, que pediu a construção de uma identidade cristã mais “pessoal e comunitária”, realçando que “o mundo precisa de uma terapia do amor”.
O primeiro orador, professor João Duque, abriu a perspetiva do pós-cristianismo, indicou a necessidade de “pensar o cristianismo de outro modo, desconstruindo algumas construções”.
No segundo dia, Maria José Schultz convidou o clero para uma viagem pelos relatos evangélicos que dão conta de como Jesus saiu ao encontro de pessoas, em diversas situações vitais. “Mudou vidas, levando outros a quererem ser pessoas melhores, mais eles mesmos, na responsabilidade e no compromisso com o bem que receberam”, disse.
Ontem, no último dia das jornadas, a manhã foi preenchida com duas intervenções do padre Juan Carvajal Blanco, da Diocese de Madrid. ‘A iniciação dos discípulos de Jesus, Cristãos num mundo plural’, foi o tema inicial e mostrou como a iniciação cristã é o caminho para as pessoas aprenderem a viver de forma cristã e se transformarem à semelhança de Jesus.
Durante estes dias houve ainda, durante a parte da tarde, vários ateliers, tendo um deles sido orientado pelo Padre António Jorge, da Diocese de Viseu, com o tema ‘O ministério do presbítero em contextos de mudança’.
O programa encerrou com a partilha de duas igrejas irmãs de Espanha e Itália, que deram a conhecer a sua reorganização pastoral.