A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Se por “Segurança Social” entendermos certo conforto, algum apoio, nas dificuldades causadas por debilidades, como a doença, a velhice, o desemprego, ou por crises sociais, tais como guerras e epidemias, podemos dizer que São Vicente de Paulo também pensou nisso e, assim, relacioná-lo com a ideia de algo que se aproxime do conceito de Segurança Social. A ideia de estar presente e atuante para ajudar a libertar-se da desgraça, quem por ela foi atingido, andava-lhe na cabeça porque a miséria tanto dentro da cidade de Paris como nas longínquas terras das províncias devastadas pela guerra, urgia.

Resolve ele pôr em prática uma ideia que ia ganhando cada vez mais força e alguma forma: criar uma casa, à experiência, a cujo internamento se podiam candidatar todos os artesãos que tivessem desempenhado uma profissão e a quem a guerra tinha atirado para a miséria. Nessa casa desenvolveriam a sua antiga profissão e o produto dos seus trabalhos destinava-se às suas despesas pessoais, inspirando alguma segurança no futuro.

Destas e de muitas outras iniciativas do Padre Vicente de Paulo, ressaltam algumas ideias, novas para o tempo e que continuam a fazer caminho:

A caridade cristã e o apoio social não podem reduzir-se a mero assistencialismo. É uma questão de dignidade. Despertar nas pessoas, idosas ou desempregadas, a criatividade, conservar e desenvolver a sua capacidade produtiva; torná-las agentes do seu próprio desenvolvimento e da luta contra a situação em que se encontram e acompanhá-las, também faz parte da caridade cristã.

Numa visão cristã, quem se empenha numa obra destas é expressão da Providência de Deus: «que peçam a Deus… e sem nada prometer poderá deixar a esperança de que Deus os ouvirá». Deus só atuará se houver quem seja expressão viva da sua solicitude e assim ajude a “refazer” e a “reconstruir” a vida com dignidade.

É patente a exigência de organização, a necessidade de um levantamento sério dos necessitados. A assistência não pode ser a esmo, obedecendo à lei do “salve-se quem puder”: «Será preciso que escrevais os nomes destes ditos pobres para que no tempo de distribuir, lhes vá ter a esmola e não a outros que conseguissem passar em seu lugar».

A vida cristã sempre se desenvolveu e, para ser autêntica, tem de continuar a desenvolver-se à volta destes três pilares que têm Cristo como pedra fundamental: o aprofundamento da fé, na evangelização; a celebração, na liturgia; e a concretização, na prática da caridade. Assim o entendeu São Vicente de Paulo, inspirador de não só das obras da Caridade Cristã, mas também de outras obras sociais que se foram desenvolvendo ao longo destes quatro séculos.

Pe. José Alves, CM

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