Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Entre as prioridades das práticas pastorais nas nossas paróquias, ganha dimensão e enorme pertinência a opção de acento vocacional. Em cada uma delas é da máxima importância que se crie um “pacto vocacional” com ações de proximidade e maior interação na relação entre o sacerdote e as famílias, e as famílias entre si em mútua reciprocidade.

Na Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações deste ano, o Papa Francisco sublinhou que a descoberta da vocação pessoal passa por um caminho de discernimento, e que este percurso nunca é solitário, mas desenvolve-se no seio da comunidade cristã e com ela. Aqui, faz dois convites importantes: o primeiro dirigido aos pastores para que acolham, discirnam e acompanhem o caminho vocacional das novas gerações; o segundo convite é feito aos jovens para que se sintam coprotagonistas com o Espírito Santo, e com Ele alimentem o desejo de fazer da vida um dom de amor.

Este processo de base sinodal obriga, naturalmente, a uma conversão individual e comunitária de todos os seus membros: não só dos agentes pastorais e dos párocos, que no dizer de Francisco, devem procurar ser bons conselheiros espirituais, guias sábios “capazes de escuta e respeitoso acolhimento… disponíveis para os ajudar e atentos a reconhecer os sinais de Deus no seu caminho”; mas, do mesmo modo, as famílias que são o sujeito primordial da ação eclesial que, quando se deixam tocar e transformar pelo Espírito de Deus, envolvem-se e tornam a comunidade um espaço fecundo que promove todas as vocações.

Assim sendo, percebemos que o centro da pastoral vocacional está na comunidade, na paróquia, na família, e não apenas no secretariado diocesano. A paróquia tem de acolher em si, no seu próprio ser e modo de agir, a dimensão vocacional como elemento chave da sua ação pastoral. Tornando-se uma comunidade vocacional, ela tornar-se uma oportunidade de renovação e comunhão.

Em 2016, o Papa Francisco já insistia nesta premissa ao escrever que as escolhas vocacionais – sejam à vida laical ou à vida consagrada – nascem, crescem e são sustentadas na comunidade cristã: “A vocação nasce na Igreja […]. A comunidade torna-se […] a casa e a família onde nasce a vocação. O candidato aprende a conhecer e a amar os irmãos e irmãs que percorrem caminhos diferentes do seu; e estes vínculos reforçam a comunhão em todos”.

Em cada paróquia, em cada comunidade, a pastoral vocacional não pode ser episódica ou marginal. Os caminhos da educação à fé que a paróquia oferece devem ser orientados à descoberta da vocação, abrindo perspetivas ao matrimónio, ao ministério sacerdotal e à vida consagrada.

Se a paróquia quer viver e crescer, se quer ter um futuro, deve cuidar das vocações. Somente se a paróquia souber incutir às jovens gerações a perspetiva vocacional, é que estas poderão descobrir o projeto de Deus nas suas vidas e orientar-se por uma escolha de vida empenhada: como leigos, que testemunharão o Evangelho na família, na profissão, na sociedade; ou como ministros ordenados, que se dedicarão à guia espiritual e cuidado da comunidade cristã.

Pe. João Zuzarte

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