Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Iniciam-se os meses com maior concentração de celebrações, como os casamentos e batizados, mas também de festas e romarias. Associados a estes acontecimentos congregam-se esforços dos vários intervenientes para corresponderem aos preparativos necessários para cada celebração. Entre estes, assume particular relevância a ornamentação da igreja e dos andores com flores, numa perspetiva de aumento da beleza dos espaços.

Contudo, nem sempre a utilização deste recurso é ponderada e integrada com os devidos cuidados de enquadramento simbólico, de harmonia e de proporção com o espaço e com o património integrado e móvel. Recorrentemente, o excesso de flores, quanto ao número e dimensão dos arranjos, subverte os objetivos que devem estar subjacentes ao adorno e ornamentação da igreja e dos andores. Não se trata de colocar em questão a colocação de flores, mas sim a forma como se usa e abusa deste recurso.

A Instrução geral do Missal Romano, no n.º 292, explicita que “Na ornamentação da igreja deve tender-se mais para a simplicidade do que para a ostentação”. Configura, assim, que o excesso de flores conduz ao aparato, associado ao exibicionismo e a uma beleza superficial. Por sua vez, a utilização comedida das flores, com simplicidade, contribui para a criação de um ambiente propício à oração e para a liturgia que aí é celebrada.

O número de arranjos florais deve ser devidamente ponderado. Não é necessário que todas as imagens tenham junto a si um arranjo ou jarra de flores, ou que todos os nichos e recantos sejam local de colocação de flores. Também a dimensão deve ser cuidada, para que, visualmente, os arranjos não anulem o ambão, a mesa de altar ou os santos. Assim, as flores devem ser indicativas e não impositivas. O mesmo se coloca em relação aos andores, onde a altura e quantidade de flores, com frequência, retiram visibilidade ao verdadeiro protagonista, o Santo, Cristo ou a Virgem que vai no andor.

Neste âmbito, para que seja alcançada a harmonia e a beleza desejadas, a execução dos arranjos deve ser objeto de uma preparação prévia, que tenha em consideração o espaço disponível, a articulação e proporção com os elementos junto aos quais os arranjos vão ser colocados (ambão, mesa, cruz, imagem), a luz, e os elementos artísticos presentes. Numa igreja com estruturas retabulares barrocas e outros elementos de talha os arranjos devem ser mais pequenos e em menor número do que numa igreja mais simples e despojada de elementos artísticos.

Os arranjos florais devem contribuir para a ligação dos fiéis com o divino, estão ao serviço da liturgia e da oração, contribuindo para a beleza da experiência de fé dos fiéis.

Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Viseu

CategoryDiocese, Igreja

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