Dos incêndios, da fome, da peste e da guerra, livrai-nos Senhor!
A vaga de calor, que se tem feito sentir em Portugal, na Europa e em muitos países do mundo, nestes últimos dias, bem diferente do que acontecia nos verões normais de um clima temperado, alteraram o “status quo” da sociedade e da vida das próprias pessoas.
As temperaturas elevadíssimas, que têm causado grandes transtornos à vida das pessoas, têm sido acompanhadas de graves incêndios, que estão a destruir a paisagem do país, particularmente no Norte e no Centro. A destruição da floresta, dos campos, dos bens agrícolas, das fábricas e casas de habitação provocam desassossego à maioria das populações afetadas por tão grave flagelo.
Os incêndios levam à exaustão os bombeiros, consomem os meios da proteção civil e preocupam os responsáveis autárquicos e os membros do Governo em toda a dimensão e abrangência.
Os incendiários, pessoas sem consciência do mal que provocam, continuam sem princípios, nem regras, sendo ateadores de fogo em lugares inóspitos e paradisíacos. Alguns já foram identificados pela polícia, que os apresentou à justiça e que deve ter mão pesada sobre eles, pois não devem ficar impunes perante tão grande flagelo.
A vaga de calor continua, a insegurança dos povos cresce, por isso um mês que devia ser de convívios, encontros, festas e de férias merecidas, é cheio de surpresas. Apesar de tudo isto, as alterações climáticas originam cheias destruidoras.
Também a guerra pelo mundo fora continua a causar morte e destruição. Unindo o nosso pensamento àqueles que clamam pelo fim da guerra, da violência entre os povos e nações, construamos juntos um mundo novo, mais solidário, fraterno e pacífico onde todos tenham lugar e se sintam bem.
A construção de um mundo novo e de uma Igreja renovada, em caminho sinodal, em união com a Comissão Diocesana de Justiça e Paz, convida-nos a trabalhar, a rezar e a partilhar o pão para ajudar o povo martirizado da Faixa de Gaza. Pensemos nos cristãos da paróquia da Sagrada Família, que perderam as suas casas, bens e entes queridos.
Semana das Migrações
A Igreja Católica está a celebrar a Semana das Migrações, que teve como ponto alto a peregrinação internacional dos migrantes e refugiados ao Santuário de Fátima, sob o lema “Migrantes: missionários da Esperança”.
Acolhamos os nossos emigrantes e proporcionemos-lhes nas nossas paróquias, comunidades, famílias, nas festas de Nossa Senhora e dos santos padroeiros um ambiente de convívio e bem-estar, que os ajude a refrescar as forças físicas, morais, intelectuais e espirituais.
Deixo, ainda, o convite, para na próxima sexta-feira, 15 de agosto, Solenidade da Assunção de Nossa Senhora aos Céus, participarmos nas celebrações litúrgicas. Peço a todos os emigrantes e imigrantes que sejam peregrinos da Bem-Aventurada Esperança, a caminho da Jerusalém Celeste.
+António Luciano, Bispo de Viseu