Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Logo no início do seu pontificado, o Papa Francisco desafiou-nos a ser “discípulos missionários” (cf. EG 119-121). Chegou a dizer que “a alegria do Evangelho… é uma alegria missionária” (EG 21).

1. PARA UMA IGREJA MISSIONÁRIA

O Papa Leão XIV, a 18 de maio deste ano, na celebração programática do seu ministério, proclamou que esta é “a hora do amor” e “é o espírito missionário que nos deve animar”. Acrescentou ainda: “Com a luz e a força do Espírito Santo, construamos uma Igreja fundada no amor de Deus e sinal de unidade, uma Igreja missionária, que abre os braços ao mundo, que anuncia a Palavra, que se deixa inquietar pela história e que se torna fermento de concórdia para a humanidade. Juntos, como único povo, todos irmãos, caminhemos ao encontro de Deus e amemo-nos uns aos outros”.

A Igreja sente-se chamada à sinodalidade não porque alguém se lembrou… a Igreja está chamada à unidade não porque é bonito… mas porque o Senhor nos quer Igreja missionária e isso só é possível testemunhando os traços de uma Igreja comunhão, de que a sinodalidade é uma das manifestações mais urgentes, segundo os sinais do que o Espírito vai dizendo às Igrejas (cf. Ap 2,7 e ss.; 3,6).

2. A UNIDADE CONVERTE

O próprio Jesus afirmou: “Nisto conhecerão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35). É a vivência da ágape (amor que se dá) como atitude fundamental dos discípulos de todos os tempos, por isso de hoje também, que possibilita a abertura ao anúncio da boa nova.

Este é o primeiro testemunho, antes do testemunho narrativo das maravilhas de Deus e acompanhando-o sempre. Porque “Deus é amor” (1Jo 4, 8.16), o único “linguajar” acerca de Deus, como anúncio feliz de uma boa notícia, só pode dar-se no amor (ágape). A divisão confunde, o “desamor” afasta. Se o amor revela (aponta) Cristo ressuscitado, o egoísmo e o ódio velam (escondem) o mesmo Cristo. O amor recíproco não é facultativo, mas constitutivo da missão.

3. O ACOLHIMENTO COMO PRIMEIRO PASSO

O documento Final do Sínodo (2024) pensa a Igreja como “lugar de acolhimento, de esperança e de alegria” (DF 7). Reconhece ainda que “a comunidade paroquial, que se encontra na celebração da Eucaristia, é lugar privilegiado de relações, acolhimento, discernimento e missão” (DF 117). O acolhimento deve ser uma atitude fundamental de toda a comunidade seja em relação aos que vêm de novo, por exemplo como imigrantes, seja aos que se querem reaproximar da comunidade seja, em geral, em relação aos que procuram a verdade.

De toda a comunidade, o Sínodo destaca alguns “agentes pastorais”: “Numa Igreja sinodal, os presbíteros são chamados a viver o seu serviço numa atitude de proximidade com as pessoas, de acolhimento e de escuta de todos, abrindo-se a um estilo sinodal” (DF 72). Como se pode e deve concretizar este acolhimento pastoral sinodal? É uma boa questão que talvez mereça a devida atenção noutra oportunidade!

J. Cardoso Almeida

CategoryIgreja, Papa

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