Começaram hoje, 21 de maio, as Jornadas da Pastoral Social, da Diocese de Viseu, no auditório do Seminário Maior, que se prologam até sexta-feira, durante o período da manhã.
Hoje foram abordadas as “especificidades da relação laboral nas IPSS”, amanhã estará em destaque o tema “recursos humanos e o utente como essência da missão” e, na sexta-feira, será a “caridade na modernidade”.
A sessão foi aberta pelo Padre Manuel Clemente, Vigário da Pastoral Social, que realçou a pertinência dos temas escolhidos para apoiar as instituições sociais, na sua formação, e contribuir para o “despertar para a realidade e importância das IPSS como um coração social dinâmico nas comunidades”.
Na sua intervenção, o responsável enumerou algumas das dificuldades globais sentidas nos últimos cinco anos, como a pandemia, a guerra na Ucrânia, a inflação, a falta de mão de obra e as guerras económicas, cujas consequências refletem-se também nas IPSS. “Temos de olhar para aquilo que são as oportunidades, temos de ter criatividade e não ficarmos presos nas dificuldades financeiras que vão surgindo”, apelou.
A necessidade de profissionalização dos recursos humanos, “que são a base de uma estabilidade para as instituições”, foi também um alerta deixado pelo Padre Manuel Clemente, que frisou a “gestão, organização e sucesso” como ingredientes fundamentais para a longevidade das instituições.
O sacerdote destacou ainda que, ao contrário das restantes empresas que procuram o lucro, “as IPSS têm como objetivos maiores o bem estar psicológico, espiritual e social dos utentes e a realização dos colaboradores”.
O tema deste primeiro dia, que começou com as especificidades de cada contrato de trabalho, foi apresentado por Isabel Couto, advogada na Comarca de Mangualde, que há 15 anos presta ajuda jurídica a vários Centros Paroquiais na Diocese de Viseu, nomeadamente na celebração dos contratos de trabalho, admitindo que existe muita dificuldade na admissão de mão de obra qualificada.
Durante a sua apresentação, enalteceu o trabalho dos párocos que “além da sua nobre missão pastoral assumem, também, com coragem e dedicação, a direção dos Centros Sociais e Paroquiais da Diocese de Viseu”. “São líderes que não só orientam com sabedoria e fé, mas também arregaçam as mangas e se colocam ao serviço, inspirando equipas, tranquilizando famílias e acolhendo cada utente como um verdadeiro irmão em Cristo”, disse.
O Bispo de Viseu, que também discursou na abertura dos trabalhos, reforçou que esta iniciativa é uma forma de ajudar os profissionais a “servir melhor para que depois os frutos possam acontecer”.
D. António Luciano destacou a importância do trabalho feito por cada instituição, salientando a importância da “caridade, que está presente no serviço”. A partir da leitura de São Mateus, que serviu de base para a oração da manhã, orientada pelo Padre Abel Rodrigues, o Bispo referiu a importância da solidariedade, da partilha e do apoio a quem mais necessita, refletidos nestas instituições pelo “dar organizado”, já que obedece a uma estrutura.
Dirigindo-se aos colaboradores das IPSS, o Bispo disse-lhes que “além de funcionários da instituição, são agentes pastorais nesta dimensão social, ou seja, devem olhar para a pessoa humana e para os problemas à luz do Evangelho”.
Para cada dia estão inscritas cerca de 85 pessoas, um número que corresponde às expetativas da organização, mas que também reflete o trabalho feito previamente através de um contacto pessoal às várias instituições sociais paroquiais, sendo que na Diocese de Viseu existem cerca de 70.