Tudo na Igreja nos foi dado por Jesus Cristo e por Ele, com Ele e n’Ele tudo subsiste. “Ele é a imagem de Deus invisível, o primogénito de toda a criatura, Ele tem em tudo o primeiro lugar, Ele é a Cabeça da Igreja, que é o seu Corpo”.
Os batizados formam o Corpo Místico de Cristo e são a Igreja peregrina a caminho de Jerusalém celeste.
Todos nós formamos o santo povo de Deus, que vive no tempo e na história a esperança dos novos céus e da nova terra de mãos dadas com as novas gerações.
Cristo Jovem nos fascina para sermos construtores de uma nova humanidade, de uma Igreja viva, que sonha com um Reino de justiça, de amor e de paz.
Este é o Reino de Jesus Cristo que nós procuramos encarnar com sabedoria, com compromisso e com empenhamento pastoral, participando nele com disponibilidade e liberdade interior.
É preciso que Jesus reine na Igreja, no mundo, na sociedade, na família, na escola, no trabalho, no hospital, nos serviços e nos espaços de lazer.
Com o dinamismo e o espírito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), os jovens das nossas paróquias, grupos e movimentos estão a encontrar o seu lugar próprio nas comunidades, fazendo delas a sua casa, onde aprendem a estar com Jesus.
O Dia Mundial da Juventude celebrado em cada Igreja Particular, na Solenidade de Cristo Rei do Universo, é uma oportunidade para os jovens se reunirem, conviverem, partilharem experiências diversas e celebrarem a fé.
A Diocese de Viseu realiza o Dia Mundial da Juventude no próximo sábado, 22 de novembro, na paróquia do Sátão, com um programa cheio de atividades.
Perante os desafios deste evento pastoral, podemos perguntar: Onde estão os nossos jovens? É preciso não esquecer a pertinência da pergunta e responder-lhe com verdade. A resposta pode formular-se do seguinte modo: acolher e dar atenção aos jovens nos ambientes onde se encontram habitualmente, seja na família, na escola, na paróquia, no trabalho, no desporto, no voluntariado, nas redes sociais, nos espaços de lazer ou na sociedade em geral.
O que esperam os jovens da Igreja? Sonham com um espaço mais aberto ao diálogo, com proximidade, envolvimento, acompanhamento pessoal, valorização das relações, um melhor conhecimento da realidade, uma maior participação nos desafios pastorais e decisões com a integração em projetos marcados pela esperança.
Os jovens esperam mais acolhimento e empatia da parte dos pastores e agentes pastorais da Igreja, uma confiança mútua rica de potencialidades.
A Igreja convida-os a ser peregrinos de Esperança e Protagonistas do amor, da justiça e da paz. Como apela o Papa Leão XIV: “Caros jovens sede testemunhas de que mudar é possível”.
Cabe-nos a todos ajudar os jovens a sonhar com um mundo novo, diferente e melhor para todos, a privilegiar a convivência sadia, de modo a afastarem-se dos ambientes tóxicos da sociedade, contribuindo para comunidades renovadas e uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.
“A Igreja precisa de vós. A humanidade precisa de vós. A educação e a política precisam de vós”. Todos juntos construiremos um mundo novo e uma Igreja renovada pelo Espírito Santo.
No dia da sua eleição, o Papa Leão, da janela da varanda da Basílica de São Pedro, ao dirigir-se à multidão afirmou: “Queremos ser uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha, uma Igreja que procura sempre a paz, que procura sempre a caridade, que procura sempre estar próxima, sobretudo junto dos que sofrem”.
Todos os jovens são chamados a contribuir para esta mudança e renovação da sociedade. Ela não acontecerá sem a sua participação ativa e inovadora.
Ao povo de Deus, a toda a Igreja Diocesana e aos jovens repito com alegria e esperança: “Convosco sou cristão, para vós sou Bispo”. O Pastor que quer caminhar convosco na comunhão, na participação, na missão de todos juntos sermos “evangelizadores com espírito”, de mãos dadas com o coração cheio de esperança e de paz.
Façamos surgir e crescer os grupos de jovens nas nossas paróquias, escolas, movimentos e obras juvenis. Não basta pertencer a um grupo juvenil, é preciso que ele seja uma escola de escuta, diálogo, partilha, oração, reflexão e discernimento sinodal sobre o verdadeiro sentido da nossa vida.
Seguiremos juntos, unidos a Cristo Rei do Universo, que ilumina a nossa vida e dá sentido à nossa história, como protagonistas da mudança e da renovação espiritual e pastoral.
+António Luciano, Bispo de Viseu