Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

Neste tempo de Advento, convido todos os diocesanos a contemplar o Mistério do Natal de Jesus com coração de peregrino, para uma vivência plena e atual da fé cristã no “aqui e agora”.

O Advento é um tempo de graça, no qual se manifesta a plenitude da vida divina e onde os batizados são chamados a viver a fé através de um encontro pessoal com Jesus Cristo, por quem recebemos o dom da filiação divina.

Numa liturgia marcada pela vigilância, a oração perseverante, o dinamismo da esperança jubilosa e criativa, os cristãos devem fazer a experiência de um tempo novo iluminado pela luz que desce das alturas.

É envolvida nesta luz e nesta graça divina, que Maria, a Imaculada Conceição, padroeira de Portugal, nos aparece como sinal de esperança e de vida nova nesta peregrinação.

O Natal cristão celebra o nascimento de Jesus, momento único da história: o encontro de Deus com o seu Povo, na pessoa de Jesus Cristo, Seu Filho Unigénito, que assumiu a natureza humana no seio da Virgem Maria.

No primeiro Natal, Jesus veio ao nosso encontro na fragilidade e pobreza da natureza humana, oferecendo-nos também a sua natureza divina.

Celebrar a fé, vigiar e a esperar a vinda do Salvador com alegria à semelhança de Maria, faz da Igreja uma comunidade em caminhada, atenta aos outros. A harmonia da vida cristã e eclesial está na conjugação harmoniosa de juntos vivermos o equilíbrio entre a temporalidade e a eternidade através de palavras, linguagens, orações, símbolos, luzes, melodias, gestos e partilhas, que caracterizam a liturgia e a espiritualidade do Advento.

A quadra natalícia marca a vida de todas as pessoas, crentes e indiferentes, muito centrada na reunião e convívio familiar.

A música anima os ambientes de lazer, os espaços públicos, as ruas, as escolas, as instituições, os estabelecimentos comerciais, que nesta época ganham mais vida com as luzes, ornamentações e mensagens natalícias.

Estes sinais visíveis materializam o consumismo e, ao mesmo tempo, exteriorizam uma realidade profana com pouco sabor sobrenatural. Não esqueçamos que no meio de tanta azáfama é preciso dar verdadeiro sentido ao tempo do Advento, como caminho de preparação espiritual, de encontro com Jesus, de proximidade e partilha com as famílias, os pobres e os fragilizados.

Ao ritmo da liturgia e da fé, as celebrações na Igreja Católica são propostas de uma forma diferente, com uma pedagogia centrada na participação, com dinâmicas eclesiais próprias de cada diocese e paróquia.

A Diocese de Viseu também tem a sua dinâmica pastoral com um tema para cada semana, criativo e desafiante, apresentando um modelo de vida em caminho de santidade, como exemplo a seguir com entusiasmo e esperança.

Valorizemos esta dinâmica de Advento nas paróquias e nas famílias, num caminho sinodal em direção à celebração do Natal cristão, sem esquecer o espírito de partilha e de solidariedade. Recordo que, através da campanha promovida pela Comissão Diocesana Justiça e Paz, podemos ajudar os cristãos da Terra Santa, até ao Domingo da Sagrada Família.

Com espírito fraterno e em Jubileu da Esperança, façamos da construção da coroa do Advento um símbolo forte de unidade, de esperança, de alegria, de comunhão, participação e missão, colocando Jesus, Salvador do mundo, no centro de cada coração, paróquia, família e comunidade.

O acolhimento da Palavra de Deus, através da mensagem viva do Evangelho, em cada domingo, deve abrir o nosso coração à verdadeira luz divina, para que esta brilhe em nós, dê sentido aos nossos passos e fortaleça a nossa peregrinação na Esperança.

A celebração dos 1700 anos do Concílio de Niceia, que estamos a celebrar, reforça-nos o convite para professarmos a nossa fé em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que encarnou no seio de Maria e nasceu em Belém, na plenitude dos tempos para nos salvar.

Neste tempo privilegiado para o encontro com Jesus e os irmãos, inspirados pelo Papa Leão XIV, valorizemos as seguintes atitudes humanas e cristãs: trabalhar e rezar pela paz; valorizar os pequenos gestos de cada dia; promover a reconciliação e celebrar a festa do perdão; manter viva a chama da esperança e construir um mundo fraterno e solidário com todos os irmãos, para que Jesus nasça de novo no meio de nós.

Que, em cada coração cristão, nasça a esperança renovada, que nos sustenta e guia até ao nosso Salvador.

+António Luciano, Bispo de Viseu

CategoryBispo, Diocese, Igreja

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