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Apanha da batata nos campos da Golegã vai reverter a favor de famílias mais carenciadas.

Cerca de 150 alunos do primeiro ano da Faculdade de Economia e Gestão, da Universidade Católica Portuguesa em Lisboa, participaram esta quarta-feira numa ação de ‘restolho’ num campo de batatas na Golegã, contra o desperdício alimentar.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o diretor da Faculdade destacou a dupla função desta iniciativa – ao mesmo tempo integrar os caloiros e sensibilizá-los para o problema do desperdício alimentar, para a prática do voluntariado e da solidariedade, uma vez que o produto da colheita vai reverter para as populações mais carenciadas.

“A dimensão solidária é um dos valores que nós queremos fomentar na Universidade Católica e na nossa Faculdade, e por isso já há quase 10 anos temos esta preocupação de encontrar um contexto em que, por um lado, os caloiros se conheçam, comecem a interagir entre si, mas também que sintam que isto é uma oportunidade para fazer bem a outros”, salientou Francisco Veloso.

Todos os projetos de envolvimento dos caloiros têm partido do ‘Dia Solidário’ da Faculdade de Economia e Gestão da UCP, que vai na sua oitava edição.

Este ano envolveu uma atividade de ‘restolho’, de recolha de alimentos que ficaram nos campos depois das primeiras colheitas, neste caso de batatas, por terem um calibre inadequado.

Os alunos arregaçaram as mangas e conseguiram resgatar da terra várias toneladas de batata que, caso contrário, ficariam esquecidas e seriam desaproveitadas.

“Tudo bem que a indústria é que estabelece estes números, estes tamanhos, todas estas caraterísticas que estes produtos têm que ter mas somos nós, os consumidores, que fazemos com que a indústria os estabeleça, ela atua consoante as nossas preferências. Quando dizemos que há desperdício, nós próprios, nas nossas casas, acabamos por fazê-lo”, defendeu Fábio David, um jovem de 18 anos que está a iniciar o curso de Gestão.  

Deste modo, os mais novos aprendem também a encarar a economia não apenas como números e cálculos, mas como um meio que deve estar ao serviço das pessoas.

“Nós queremos que os alunos sejam de facto bons gestores, bons economistas, mas que sejam também pessoas com sensibilidade social, que compreendam que o amor ao próximo, que a solidariedade para com aqueles menos favorecidos tem que fazer parte da sua vida, das suas decisões”, apontou Francisco Veloso.

O produto da colheita deste ano reverte a favor do Banco Alimentar de Abrantes, que depois o encaminhará para as famílias mais necessitadas.

A iniciativa ‘Restolho’ é desenvolvida em parceria com a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, a AgroMais, cooperativa agrícola que representa os produtores da região norte do Vale do Tejo e a instituição ‘Entreajuda’.

“Cada vez mais sentimos que o que faz sentido é trabalhar em parceria e este restolho é de facto um exemplo ótimo porque percebemos que aqui todos ganham, ganham estes grupos de empresas ou universidades que acham importante promover o voluntariado, ganha o Banco Alimentar porque recebe esses alimentos e ganham aqueles que vão receber estes bens”, realçou Marta Vinhas, da ‘Entreajuda’.

Em 2015, os alunos da UCP recolheram cerca de quatro toneladas de batata que foram posteriormente encaminhadas para instituições de solidariedade social.

A “praxe solidária” vai estar em destaque na emissão de 18 de setembro do programa «70×7» (RTP2).

G.I./Ecclesia:JCP

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