Cardeal Saraiva Martins diz que Nossa Senhora deixou quatro apelos aos Pastorinhos e que o «altar do mundo» é também «cátedra do mundo».
O cardeal D. José Saraiva Martins disse à Agência ECCLESIA que o Centenário das Aparições de Fátima é uma ocasião para “aprofundar” e “viver” a mensagem de Fátima, caso contrário “fica sem sentido”.
“Para nós deve ser uma data fundamental para aprofundar o mais possível a mensagem de Fátima e depois vivê-la. Deus pede-nos as obras, não as palavras”, afirmou o prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, do Vaticano.
D. José Saraiva Martins é o enviado do Papa Francisco para o 24º Congresso Mariológico Mariano Internacional, que terminou ontem no Santuário de Fátima, Diocese de Leiria-Fátima.
O cardeal Saraiva Martins encontrou-se com o Papa antes de vir para Portugal, que lhe pediu que desafiasse os congressistas a comunicarem “o que pensam sobre Fátima”.
Promovido pela Pontifícia Academia Mariana Internacional, o congresso tem por tema “O acontecimento de Fátima cem anos depois – História, mensagem e atualidade”.
“O congresso vai contribuir muitíssimo para compreender melhor, em profundidade o pensamento de Nossa Senhora expresso aos Três Pastorinhos, e por meio deles, a toda a sociedade contemporânea”, disse o enviado especial do Papa.
Para D. José Saraiva Martins, Fátima lembra à sociedade de hoje os “princípios fundamentais” que não devem ser esquecidos, traduzidos em “quatro apelos” que sintetizam a Mensagem de Fátima: apelo à fé, à conversão, à paz e à esperança.
“O grande problema da Igreja e da sociedade é a fé. O apelo à fé é importantíssimo nas Aparições de Fátima. Mas geralmente não se fala neste apelo. Mas é o primeiro apelo, o mais importante. O grande pecado de hoje é o pecado da falta de fé”, disse o cardeal Saraiva Martins.
O prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos sublinhou ainda o apelo à conversão na mensagem de Fátima, que implica “ir ao encontro” dos irmãos, ajudando-os a “resolver os problemas que têm”, e a insistência na esperança.
Para D. José Saraiva Martins, Fátima é não só o “altar do mundo”, mas também a “cátedra do mundo”.
“Fátima deve ser considerada não só relativamente ao culto, mas também à doutrina. É altar do mundo, no aspeto cultual, mas também cátedra do mundo. Nossa Senhora ensinou por meio desta cátedra”, afirmou.
O cardeal Saraiva Martins desafiou a Igreja Católica, nomeadamente os párocos, a insistir nos quatro apelos deixados aos Pastorinhos e às gerações que se seguiram.
“Acho que seria necessário que em toda a Igreja universal, em todas as paróquias, nas igrejas locais, os párocos insistissem sobre os quatro apelos que Nossa Senhora fez aos Pastorinhos e por meio deles a todos nós”, sustentou.
O 24º Congresso Mariológico Mariano Internacional foi promovido pela Pontifica Academia Mariana Internacional em colaboração com o Santuário de Fátima entre os dias 6 e 11 de setembro.
PR