Assinalando o Dia Mundial do Turismo, o diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), organismo da Igreja Católica, diz que é preciso salvaguardar em Portugal o turismo como um direito “para todos”, sinónimo de uma maior justiça social e económica.
Numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA, dedicada ao Dia Mundial do Turismo celebrado hoje, o padre Carlos Godinho salienta que “o turismo, pela sua natureza, exerce uma função claramente positiva na vida das pessoas e das comunidades”.
“O turismo humaniza, porque é ocasião de repouso, é uma oportunidade para o reconhecimento recíproco de povos e culturas; é um instrumento de desenvolvimento económico; promove a paz e o diálogo entre pessoas e povos; oferece-se como possibilidade de educação e crescimento pessoal, nomeadamente no encontro com a natureza, com os outros e com Deus”, realça o sacerdote.
No entanto, “muitas são ainda as faixas da população, sobretudo as mais pobres e envelhecidas, que não têm acesso aos benefícios do turismo”.
“Várias são ainda as crianças e jovens que, vivendo em famílias sem recursos, não podem usufruir deste bem global”, alerta o responsável católico, recordando ainda a situação de “muitos idosos” que “isolados, em zonas geográficas mais interiores, se veem limitados no usufruto destas novas possibilidades”.
“É certo que muitos municípios têm hoje, entre nós, a preocupação em proporcionar a algumas pessoas, ou mesmo faixas etárias, a vivência de atividades turísticas. Mas não é ainda o suficiente. Temos de ir mais além, para que o usufruto do turismo se torne verdadeiramente um bem acessível a todos”, aponta o diretor da ONPT.
“Na perspetiva de um turismo acessível a todos, não podemos esquecer ainda as pessoas com limitações, começando, desde logo, por adequar os espaços à sua mobilidade”, acrescenta.
Em termos da circulação de turistas estrangeiros e internos em Portugal, o ano de 2015 terminou com um registo de 17,4 milhões de pessoas, num acréscimo de 8,6 por cento relativamente ao ano anterior.
Para o padre Carlos Godinho, a Igreja Católica deve também saber potenciar este recurso, sobretudo ao nível da “atenção aos mais desfavorecidos”.
“As colónias de férias, as viagens organizadas pelas paróquias e em que aqueles que têm mais possibilidades económicas contribuem para a participação daqueles que as não têm. Múltiplas são as possibilidades de corresponder a este desafio de promovermos, entre nós, o turismo social”, conclui.
A mensagem da ONPT retoma a reflexão da Organização Mundial do Turismo e da Igreja Católica, através do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, dedicada ao tema “Turismo para todos: promover a acessibilidade universal”.
G.I./Ecclesia:JCP