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Visita à Geórgia e Azerbaijão, países com minoria católica, tem marca ecuménica e inter-religiosa.

O Papa iniciou ontem de manhã, em Roma, a sua viagem de três dias à Geórgia e Azerbaijão, a segunda deste ano à região do Cáucaso, para “favorecer o encontro e o diálogo entre culturas e religiões diferentes”.

O Papa assumiu o objetivo no tradicional telegrama ao presidente da Itália, Sergio Mattarella, ao deixar o país, explicando que quer “reforçar o caminho da unidade dos cristãos e confirmar a comunidade católica na fé”.

A visita tem como lema ‘A paz esteja convosco’ e quer sublinhar a importância da região, próxima da Rússia, Turquia e Médio Oriente.

“É claramente uma viagem de paz, o Papa leva uma mensagem de reconciliação para toda a região”, disse esta semana em conferência de imprensa o porta-voz do Vaticano, Greg Burke.

A 16ª viagem internacional do pontificado teve início na capital da Geórgia, Tbilisi, e conclui-se este domingo, já no Azerbaijão.

O programa oficial, que prevê 10 discursos do Papa, inclui um encontro privado com a comunidade caldeia, um rito que remonta às origens do Cristianismo e tem particular importância na Síria e no Iraque, mantendo o uso litúrgico do aramaico, a língua falada por Jesus Cristo.

A visita de oração pela paz à igreja de São Simão, com a comunidade assíria-caldeia, realizou-se ao final da tarde de ontem e pretendeu ser um “sinal da proximidade” de Francisco às comunidades cristãs sírias e iraquianas, realçou o porta-voz do Vaticano.

O Papa proferiu uma oração em que recordou especificamente os “cristãos perseguidos”, os refugiados e as “vítimas da opressão”.

Francisco esteve na Arménia entre os dias 24 e 26 de junho deste ano, naquela que foi a sua primeira visita ao Cáucaso, e explicou, já no regresso ao Vaticano, os motivos que o levam agora a viajar até à Geórgia e Azerbaijão.

“Acolhi o convite para visitar estes países por um duplo motivo: por um lado, valorizar as antigas raízes cristãs presentes nessas terras, sempre num espírito de diálogo com as outras religiões e culturas; por outro, encorajar esperanças e caminhos de paz”, assinalou, no Vaticano.

O Papa chegou ao aeroporto Internacional de Tbilisi pelas 15h00 locais (menos três horas em Lisboa).

Após a cerimónia de boas-vindas, Francisco fez uma visita de cortesia ao presidente da República da Geórgia, no palácio presidencial, seguindo-se o encontro com o ‘catholicos’ e patriarca de toda a Geórgia, Elias II, no palácio do Patriarcado Ortodoxo.

Hoje, Francisco preside à Missa no Estádio M. Meskhi, contando, pela primeira vez, com a participação de uma delegação da Igreja Ortodoxa da Geórgia; o programa continua num encontro com sacerdotes, religiosos e religiosas na igreja da Assunção, de rito latino.

Antes de visitar a catedral patriarcal Svietyskhoveli de Mskheta, centro espiritual da Igreja Ortodoxa georgiana, o Papa reúne-se com pobres e agentes de obras de caridade da Igreja, diante do centro de assistência dos religiosos camilianos.

O domingo começa com a cerimónia de despedida no aeroporto Internacional de Tbilisi, de onde o Papa parte para Baku, capital do Azerbaijão, localizada nas margens do Mar Cáspio, com chegada prevista para as 09h30 (menos três horas em Lisboa).

A visita de 10 horas a território azeri, onde os católicos são apenas algumas centenas, começa com a Missa na igreja do Centro Salesiano.

Em Baku, Francisco vai almoçar com a comunidade salesiana, ainda antes da cerimónia oficial de boas vindas, na praça do palácio presidencial de Ganjlik, de uma visita ao Monumento aos Mortos pela Independência e do encontro com as autoridades no Centro ‘Heydar Aliyev’ – nome do terceiro presidente do Azerbaijão após a queda da URSS.

O Papa transfere-se em seguida para a Mesquita ‘Heydar Aliyev’, que recebe um encontro inter-religioso, acolhido pelo xeque dos muçulmanos do Cáucaso.

O avião que transporta Francisco sai de Baku às 19h15 para aterrar em Roma, às 22h00 locais (menos uma hora em Lisboa) de domingo.

João Paulo II esteve na Geórgia em 1999 e no Azerbaijão em 2002.

G.I./Ecclesia:OC

CategoryEcumenismo, Igreja, Papa

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