Durante uma audição com representantes da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre.
A audição desta quinta-feira da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) na Assembleia da República abriu novas perspetivas quanto a uma atenção política redobrada sobre o problema dos cristãos perseguidos.
Em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a organização humanitária católica explica que este encontro com os deputados decorreu “no âmbito da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas”.
Durante o evento, o deputado José Cesário, do Partido Social Democrata, sublinhou a sua intenção de levar “as conclusões da reunião” a outras instâncias, inclusivamente internacionais.
“Vamos transmitir à Comissão [de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas] as impressões com que ficámos e procurar sensibilizar os nossos colegas, que são integrantes de organizações multilaterais, de maneira a que possam desenvolver ações que possam significar mais pressão sobre os governos dos países”, salientou.
Em causa está reforçar o tema dos cristãos perseguidos em instâncias como “a União Interparlamentar, o Conselho da Europa, e o Parlamento Europeu”.
Nesta audição, a Fundação AIS traçou “o ponto da situação da perseguição aos cristãos e a membros de outras minorias religiosas”, em territórios como África, o Médio Oriente e a Ásia, com especial atenção ao Paquistão.
Liderada por Catarina Martins Bettencourt, diretora do secretariado português da AIS, esta delegação alertou para a “situação gravíssima” em que se encontram os cristãos naquele país, devido à chamada “lei da blasfémia”, que permite condenar à morte todos quantos alegadamente desrespeitarem o nome de Maomé.
Um dos casos mais mediáticos tem sido o da cristã Asia Bibi, uma mãe de cinco filhos que se encontra encarcerada desde 2009.
No mesmo dia em que a AIS estava no Parlamento português, o Supremo Tribuna do Paquistão em Islamabad adiou uma decisão sobre este caso, “por escusa de um dos juízes que integram o processo”.
Segundo José Cesário, casos como estes são “muito preocupantes” e “ferem a sensibilidade coletiva da grande maioria da população portuguesa”.
Neste contexto, cerca de 60 membros da Assembleia da República, de diversos partidos, entregaram na embaixada do Paquistão em Lisboa uma carta pedindo a libertação de Asia Bibi em nome da “salvaguarda da liberdade religiosa” que é “inerente a qualquer pessoa” e da defesa dos “direitos humanos fundamentais”.
José Cesário destacou ainda o trabalho da Fundação AIS, “entidade que está diretamente ligada à Igreja, e que, por isso, pode dar um testemunho mais vivo, mais sentido”.
A audiência da Fundação AIS na Assembleia da República, sobre os cristãos perseguidos no mundo, contou ainda com a presença das deputadas Ana Rita Bessa, do CDS-PP e Joana Lima, do Partido Socialista.
JCP