Reflexão nas Jornadas Nacionais apontam para renovação pastoral que vá ao encontro das famílias de hoje, «não das que temos como modelos».
D. Manuel Pelino afirmou esta sexta-feira que a educação “deve abranger todas as dimensões da pessoa humana” e que os pais deve ser os responsáveis por “conhecer e experimentar Jesus” com os seus filhos.
“A grande preocupação dos catequistas é conseguir encontrar respostas válidas que permitam aos pais um redescobrir a fé e serem, eles próprios, portadores desta alegria de conhecer e experimentar Jesus aos seus filhos”, afirmou o prelado, Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) no início das Jornadas Nacionais de Catequistas.
O encontro, que decorre até amanhã, em Fátima, tem por objetivo refletir sobre a «Família», partindo da Exortação pós-sinodal «A Alegria do Amor», escrita pelo Papa Francisco.
Segundo o responsável a educação “deve ter em consideração não apenas a questão inteletual mas abranger todas as dimensões da pessoa humana”,
De acordo com o portal Educris, os catequistas apresentam a preocupação de “ligar família e catequese”, expressa “nas respostas dos catequistas das dioceses” ao documento «A catequese: A alegria do Encontro com Jesus Cristo».
D. Manuel Pelino sublinhou que “família e catequese estão unidas pela alegria da fé” e que a “verdadeira alegria vem do encontro com Cristo que liberta e ilumina”, conduzindo à formação de “uma comunidade e a ser fermento do mundo novo”.
Na noite do primeiro dia das Jornadas, os catequistas tiveram oportunidade de refletir sobre a necessidade de mudança entre um “cristianismo de herança” e um “cristianismo de propostas”, conduzida pelo professor da Universidade Católica Portuguesa (UCP), José Borges de Pinho.
Para o docente é fundamental entender o “decisivo lugar da família enquanto lugar fundamental da transmissão da fé e da construção da Igreja” através da “busca de novos paradigmas”.
“Se não tivermos em conta todas as transformações da família no ocidente, se não olharmos para o processo de secularização de maneira profunda, se não nos detivermos numa cada vez maior pluralidade de opiniões e valores, não perceberemos a verdade de hoje e, deste modo caiem no vazio todas as propostas que possamos fazer”.
O professor afirmou ser mais fácil “propor religião do que caminhos firmes de descoberta de Jesus e da experiencia da fé” e sustentou que a atitude da Igreja, e dos agentes de pastoral, deve ser a de “acolher com o coração agradecido e acolher os cinco pães e dois peixes” que as “famílias de hoje apresentam” e não se contentar “com discursos morais impregnados de doutrina mas longe da realidade de hoje”.
Assim, destacou o docente da UCP, torna-se “urgente uma renovação eclesial e pastoral de modo a dotar as nossas comunidades de serviços que priorizem, na prática, as famílias, não apenas aquelas que temos como modelos, mas aquelas que mais necessitam de apoio e de propostas concretas de fé e caminho cristão”, apontou.
As Jornadas Nacionais de Catequistas decorrem em Fátima até amanhã e contam com a participação de mais de 450 catequistas de todas as dioceses do país.
LS