Papa Francisco critica quem fecha fronteiras na Europa.
O Papa Francisco manifestou-se hoje contra a “guetização” dos refugiados e disse que a Europa é feita de “migrações”, criticando quem quer fechar as portas do continente.
“Não é humano fechar as portas, não é humano fechar o coração [aos refugiados] e, a longo prazo, isso paga-se”, declarou, na viagem de regresso desde a Suécia, sublinhando que é preciso “receber” e depois “integrar”.
Em conferência de imprensa, perante os jornalistas que o acompanharam entre Malmo e Roma, Francisco sustentou que fechar portas a refugiados tem um preço político, e que o mesmo pode acontecer ao “receber mais [pessoas] do que se podem integrar”.
Um migrante ou refugiado não integrado, acrescentou, “entra num gueto”.
“Guetiza-se – permito-me usar a palavra, é um neologismo forte -, guetiza-se”, alertou.
O Papa considerou que o pior conselheiro dos responsáveis políticos é “o medo”, pedindo antes “prudência”.
O primeiro pontífice sul-americano deixou uma palavra de gratidão à Suécia pelo seu acolhimento aos migrantes, incluindo os que fugiram de ditaduras miliares na Argentina, Chile ou Uruguai.
A conferência de imprensa abordou ainda a questão do tráfico de pessoas e do trabalho escravo, recordando o seu compromisso neste campo, já como arcebispo de Buenos Aires.
G.I./Ecclesia:OC