Manuel Lemos destaca a importância de «inovar» e de «colaborar com o Estado» no apoio a quem mais precisa.
A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) lançou um novo cartão de saúde para reforçar a oferta de cuidados ao dispor das populações, sobretudo as mais carenciadas.
Na apresentação deste novo recurso, que decorreu na sede da UMP em Lisboa, o presidente da instituição, Manuel Lemos, salientou que o Cartão de Saúde Social das Misericórdias “não pretende ser uma alternativa ao Serviço Nacional de Saúde”, mas sim “mais uma opção para colaborar com o Estado, na oferta de um melhor serviço”.
Em causa está “um produto que é suficientemente barato para aumentar em muito a capacidade das pessoas em chegarem aos cuidados de que necessitam”, num tempo em que muitas pessoas se debatem com “parcos recursos”, frisou aquele responsável à Agência ECCLESIA.
Ao mesmo tempo, esta é uma forma das Misericórdias conseguirem caminhar cada vez mais para uma situação de “autossustentabilidade”, em termos financeiros.
O novo cartão, feito em parceria com a AdvanceCare, a SABSEG Seguros e a Real Vida Seguros, tem duas modalidades: Cartão Social e Cartão Social +.
A primeira permite o acesso mais rápido e económico a consultas, exames apoio domiciliário e cirurgias; a segunda, com uma mensalidade um pouco mais elevada, abrange todos os serviços referidos mais o internamento hospitalar e cirúrgico.
Outra diferença é que enquanto o primeiro cartão não tem limite de idade nem de permanência, é vitalício; o segundo é direcionado a pessoas até aos 70 anos e o período de permanência é até aos 85 anos.
Segundo a UMP, além do preço, mais acessível, o apoio domiciliário é outra “marca” que distingue esta nova ferramenta de outros recursos ao dispor das pessoas.
Pessoas com mais idade que subscrevam o cartão podem pedir apoio médico ou fisioterapêutico em casa, em vez de recorrer às urgências.
Manuel Lemos destacou a especial atenção que a UMP quer continuar a dar às “pessoas idosas, que hoje são muitas e precisam de ajuda”.
“Claro que a nossa preocupação está com as crianças, com as pessoas com deficiência, mas são os idosos, pelo peso que representam, pelas dificuldades que têm, que nos levam aqui a fazer um esforço grande para melhorar o nosso serviço a eles”, acrescentou.
Se uma Misericórdia local não tiver capacidade para responder às necessidades de determinado utente, este poderá recorrer em alternativa a toda a rede AdvanceCare, o que faz com que possa recorrer a cerca de 400 hospitais e clínicas em todo o país.
Para o presidente da UMP, é essencial continuar a “inovar” pois se as Misericórdias querem continuar a ser relevantes “já não podem prestar os mesmos serviços que apresentavam há 10 ou 30 anos”.
“Foi porque sempre tivemos esta capacidade e esta flexibilidade que continuamos aqui, 518 anos depois, como instituições com muito futuro. E em breve vão ter conhecimento de mais iniciativas nossas para, neste plano, ajudarmos as pessoas idosas em Portugal”, avançou.
O novo Cartão Social das Misericórdias está a partir de hoje à disposição de clientes e utentes de todas as Misericórdias mas também do público em geral, das famílias, e pode ser subscrito por todo o tipo de organismos, desde autarquias, IPSS e ordens profissionais até clubes de futebol.
G.I./Ecclesia:JCP