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Ano santo extraordinário marcou palavras e gestos do Papa Francisco.

O Jubileu da Misericórdia, terceiro ano santo extraordinário na história da Igreja Católica, marcou as palavras e gestos do Papa Francisco ao longo de 2016, surgindo como categoria fundamental para definir o pontificado.

As celebrações concluíram-se no Vaticano a 20 de novembro, colocando um ponto final à dinâmica iniciada com a abertura da Porta da Misericórdia em Bangui, a 29 de novembro de 2015, na visita de Francisco à República Centro-Africana; a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, seria aberta pouco depois, a 8 de dezembro.

O Papa promoveu catequeses especiais, em audiências jubilares aos sábados, acolheu visitas de presos, sem-abrigo ou doentes, entre outros, para jubileus particulares, e recordou a importância das obras de misericórdia, corporais e espirituais, que a Igreja Católica propõe aos seus fiéis.

O próprio Francisco levou a cabo iniciativas “surpresa” nas chamadas “sextas-feiras da Misericórdia”, nas quais visitou, entre outros, doentes em estado vegetativo, uma comunidade de toxicodependentes, pessoas com deficiências mentais graves, padres, mulheres “libertadas de redes de prostituição”, bebés prematuros ou uma ‘Aldeia SOS’ para crianças; na Polónia, passou em silêncio pelos campos de concentração nazis de Auschwitz-Birkenau.

Milhões de pessoas foram a Roma para atravessar a Porta Santa, em peregrinação e para as várias celebrações presididas pelo Papa, com destaque para a canonização de Madre Teresa de Calcutá, a 4 de setembro.

Ao longo do Jubileu, Francisco visitou refugiados na ilha grega de Lesbos com o patriarca de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu; encontrou-se em Cuba com o patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo; e participou na comemoração conjunta dos 500 anos da reforma luterana, na Suécia.

Nada do que um pecador arrependido coloque diante da misericórdia de Deus pode ficar sem o abraço do seu perdão

Simbolicamente, no dia 21 de novembro, o Papa publicou a carta apostólica ‘Misericórdia e Mísera’, para dar continuidade ao dinamismo do ano santo extraordinário.

Entre as decisões anunciadas, Francisco determinou o alargamento definitivamente a faculdade de absolvição de quem praticou o aborto a todos os sacerdotes, mantendo assim a prática do Jubileu.

O Papa manifesta ainda a sua preocupação com o clima de “tristeza” que se vive em várias partes da sociedade contemporânea e defende que a Igreja Católica nunca pode “pôr condições” à misericórdia de Deus.

“Nada do que um pecador arrependido coloque diante da misericórdia de Deus pode ficar sem o abraço do seu perdão. É por este motivo que nenhum de nós pode pôr condições à misericórdia; esta permanece sempre um ato de gratuidade do Pai celeste, um amor incondicional e não merecido”, escreve.

G.I./Ecclesia

CategoryIgreja, Papa, Pastoral

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