Arcebispo de Paris presidiu à abertura do Fórum Europeu Católico-Ortodoxo, que analisa o papel do cristianismo, o diálogo ecuménico e o valor da pessoa.
O arcebispo de Paris afirmou esta segunda-feira, no discurso de abertura do Fórum Católico-Ortodoxo Europeu, que as igrejas são chamadas a “tornar-se exemplos pedagógicos na gestão do terror e do medo”.
“A nossa forma de praticar o respeito pela liberdade de consciência é um sinal poderoso que contradiz o slogan segundo o qual as religiões monoteístas são necessariamente violentas e alienantes”, disse o cardeal André Vingt-Trois, no discurso enviado à Agência ECCLESIA pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE).
Na abertura do Fórum Católico-Ortodoxo Europeu, que decorre até quinta-feira na capital francesa, o arcebispo de Paris explicou que a “pedagogia histórica” apela para a capacidade de responder a situações de agressão que não seja pelo “pânico e uso indiscriminado de coação física”.
Para o cardeal Vingt-Trois, podem retirar-se algumas lições da “experiência cruel” vivida pela França com ataques terroristas nos últimos dois anos, nomeadamente a capacidade de reação solidária que “derrotou o principal objetivo dos terroristas”.
Segundo o bispo católico, as igrejas, mais do que qualquer outro corpo social, são chamadas a ser “exemplos pedagógicos na gestão de terror e medo”.
“Somos convidados a mostrar em que nós confiamos”, sublinhou.
Para o cardeal André Vingt-Trois em todos os lugares e de muitas formas nota-se um “interesse renovado nas propostas de religiões”, apesar da “oferta religiosa multifacetada” implicar uma capacidade de “discernimento e julgamento”.
A preocupação com o futuro abre uma “nova oportunidade para anunciar o Evangelho de Cristo” e unir os nossos esforços para essa missão.
“Devemos também estar atentos aos critérios que podem iluminar alguns dos nossos contemporâneos tentados a mudar para a irracionalidade e ao fanatismo violento”, assinalou o cardeal André Vingt-Trois.
Por sua vez, o metropolita Emmanuel da França destacou que católicos e ortodoxos têm um “papel vital” na denúncia do extremismo religioso, manifestando numa perspetiva ecuménica que “as religiões são atores de paz”.
“Incansavelmente denunciando violações relacionadas com a liberdade religiosa, seja por intolerância, a discriminação passiva e/ou ativa, e perseguição, lembrar a importância do Estado de direito quando ele é desafiado, para servir de exemplo para a promoção do bem comum e da solidariedade”, acrescentou o presidente da Assembleia dos Bispos Ortodoxos da França, esta segunda-feira à noite em Paris.
O quinto Fórum Europeu Católico-Ortodoxo tem a participação de 12 representantes das Igrejas Ortodoxas na Europa e de 12 delegados da Igreja Católica, e é promovido pelo CCEE até 12 de janeiro.
G.I./Ecclesia:CB/PR