Realizou-se, durante a manhã de hoje, mais um momento de reflexão e formação permanente para os diáconos permanentes da nossa diocese.
Os trabalhos foram orientados pelo Cón. António Jorge, Vigário para a formação do clero, que realçou “o lado saudável da confusão” que muitos dos leigos cristãos fazem do ministério do diácono permanente, confundindo-o com o ministério sacerdotal.
O formador considera que a “confusão” radica numa realidade teológica fundamental – o Baptismo que o diácono realiza e o Matrimónio a que preside são o mesmo Baptismo e o mesmo Matrimónio que o padre realiza, exactamente com a mesma validade e celebrados com a mesma legitimidade que nasce da ordenação.
Mesmo quando se trata dos “sacramentais”, dos funerais, ou da celebração do Domingo na ausência de presbítero, o diácono exerce o seu ministério de serviço como animador da comunidade, sem qualquer menorização da importância desses momentos para a evangelização, que conduz ao crescimento na fé, tanto dos indivíduos, como das comunidades que serve.
A reflexão desta manhã foi centrada na avaliação da Jornada Nacional dos Diáconos de Portugal, que se realizou em Fátima, no início de Dezembro.
Diante das “questões” ali colocadas por alguns participantes, algumas delas “recorrentes”, os participantes que estiveram em Fátima acharam que, na nossa diocese, a relação dos diáconos com os presbíteros é muito saudável e tem vindo a ganhar qualidade, resultando do facto de o número de diáconos permanentes ainda ser bastante reduzido.
E a aceitação do ministério diaconal nas comunidades, tanto por parte dos fiéis, como, num ou noutro caso, junto dos presbíteros, tem caminho a fazer, um caminho que tem as mesmas dificuldades que se continuam a sentir em relação à concretização do Concílio Vaticano II. Este já se realizou há cinquenta anos e ainda está longe de ser plenamente concretizado. O diaconado permanente, que ele restaurou como um dom que fazia falta à Igreja, só há quatro anos se vem concretizando entre nós.
Este encontro de formação acolheu também o diácono Baltar, da Diocese de Lisboa e a exercer o seu ministério na Força Aérea, como militar de carreira. Tendo ligações ao Arciprestado de Lafões, onde se desloca frequentemente por razões familiares, aproveitou esta sua estadia para reforçar os laços com os diáconos permanentes da nossa diocese. A partilha da sua experiência foi muito agradável e ficou também a conhecer melhor a realidade do diaconado em Viseu, onde os diáconos permanentes são dez, enquanto a diocese de Lisboa já anda próxima da centena e com muito mais longos anos de experiência desta realidade.
G.I.