Alegria por mais um bebé e tranquilidade, depois de anos de guerra e violência na Síria.
Maísaa Moait, refugiada síria chegada há alguns meses a Portugal, prepara-se para ser mãe no país que a acolheu, um acontecimento que simboliza também um novo futuro, uma “esperança nova” para si e para a sua família.
“Estou muito feliz aqui em Portugal”, confidencia a jovem em entrevista à Agência ECCLESIA, mostrando-se surpreendida com “a simpatia dos portugueses” e agradecida por uma vida mais “tranquila e pacífica”, depois de anos de guerra e violência no seu país.
A refugiada natural de Damasco veio para Portugal na companhia do seu marido, Ali, e de mais três filhos, Hamza, um rapaz, Raghat e Shahd, duas meninas.
“No futuro, pretendo que os meus filhos possam crescer de uma forma saudável e que o meu marido possa encontrar um trabalho. Peço a Deus que tudo corra bem”, refere Maísaa.
Uma esperança partilhada por Ali, que na Síria trabalhava no setor da construção civil e que todos os dias, enquanto seguia para o trabalho, testemunhava o horror de uma nação dividida, ao som dos bombardeamentos que ecoavam bem perto de si.
“Agora sinto que posso baixar a guarda, os meus filhos estão na escola, a minha mulher pode ir ao centro de saúde e ao hospital, comecei a aprender a falar português e inglês, talvez depois consiga encontrar trabalho, sim? Sinto-me muito feliz, bem”, salienta.
Até chegar a Portugal, a família Moait atravessou as montanhas até à Turquia e seguiu depois de barco para a Grécia.
“Foi difícil, muito frio, com neve”, recorda Ali.
Pela frente, Ali, Maísaa e os filhos têm agora dois anos de adaptação a Portugal, com a ajuda da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e, mais diretamente, das Equipas Jovens de Nossa Senhora, um movimento de jovens para jovens, ligado à Igreja Católica, e que desde a primeira hora se associou ao esforço de acolhimento dos refugiados.
“Tem sido uma experiência extraordinária para todo o movimento, esta ideia de que a nossa fé pode ser traduzida em obras muito concretas de misericórdia e de ajuda aos outros”, explica Tomás Virtuoso, um dos jovens envolvidos neste processo.
Até agora, através da PAR, já chegaram a Portugal cerca de uma centena de famílias, que equivalem a perto de 500 pessoas, 157 das quais crianças.
Destaque ainda para o facto de já terem nascido em Portugal cinco crianças provenientes de famílias de refugiados, número que como vimos vai aumentar em breve.
O processo de acolhimento aos refugiados em Portugal está em destaque na edição mais recente do programa ‘70×7’, na RTP2, dedicada ao Dia Mundial do Migrante e Refugiado.
G.I./Ecclesia:JCP