Open/Close Menu A Diocese de Viseu é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Portugal

O XII Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária, realizado em Fátima, esta sexta e sábado, teve como fio condutor “este tempo da misericórdia”. A equipa diocesana da Pastoral Penitenciária participou na reflexão, partilha de experiências e celebrações juntamente com os participantes oriundos de todas as dioceses.

O Coordenador Nacional, Pe. João Gonçalves, lembrou que “Deus não tem relógio nem usa calendário, porque é Senhor do tempo, do nosso tempo. “Eis o motivo de continuarmos a viver a misericórdia como estilo de vida, de acordo com o convite do Papa na sua Carta Apostólica “Misericordia et misera”, lembra uma das participantes da nossa diocese.

A assembleia contava centena e meia de participantes, entre capelães, assistentes espirituais,

colaboradores e voluntários das diferentes dioceses do país.

O Pe. Calado, da diocese de Bragança, fez uma apresentação da Carta do Papa e partilhou também as suas experiências e iniciativas neste âmbito da Pastoral Penitenciária. Com ele participou o seu bispo, D. José Cordeiro, contando-se também a presença de D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, que presidiu às celebrações da Eucaristia, e interveio em alguns momentos, salientando que a ação da Igreja nas prisões parte do início do ministério de Jesus, quando se identifica com a passagem de Isaías: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor».

Trata-se de uma libertação pela via do amor, onde a descoberta do amor de Deus leva a descobrir a própria dignidade. A ação da Igreja junto dos presos visa a libertação integral de cada recluso, não esquecendo o acompanhamento às famílias, e a necessária coordenação com os diretores e funcionários prisionais.

A Equipa da diocese do Porto, tendo o Pe. David como capelão e coordenador, apresentou uma interessante obra de teatro, “Perdoar in palco vitae”, cujo valor vai além da sua boa realização. Originalmente, foi interpretada por reclusas, as quais foram as suas autoras e agentes ativos na encenação; as experiências que apresentam em palco são acontecimentos

reais, retratos de vidas escravizadas pela violência, pelo rancor, pela dificuldade em perdoar. Mas, por fim, aparece a luz do perdão e da reconciliação, o caminho de Jesus no interior de cada pessoa.

Foi um “momento intenso, duro, mas também cheio de esperança, comparável aos testemunhos de vida de três ex-reclusos, que partilharam a sua experiência, desde o agradecimento ao apoio da Igreja nas pessoas dos capelães, colaboradores e voluntários, em quem encontraram um “bombardeio de amor e carinho” pelo qual descobriram outros caminhos” testemunhou uma das participantes da nossa diocese.

“As suas confissões, banhadas em lágrimas, e em algum sorriso, foram acolhidas com um profundo e respeitoso silêncio de toda a assembleia”.

 

A Ministra de Justiça, Dra. Francisca Van Dunen, e o Sr. Diretor Geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais, participaram no encontro, com diferentes discursos que traçaram um retrato da realidade prisional com as suas luzes e as suas sombras. Francisca Van Dunen salientou que o serviço da Igreja ilumina a esperança de vida dos reclusos. Os voluntários da Pastoral Prisional exercem a misericórdia, o “agir bem”, com aqueles que são “estranhos”. Neste agir bem, e não nos discursos, toda a dor é redimida.

“A Igreja foi o meu apoio para poder caminhar de cabeça levantada”, reconheceu um dos ex-reclusos.

A cada um dos participantes ficou o desafio do Papa de serem “artesãos da misericórdia”, com um olhar semelhante ao olhar de Cristo, sendo veículos das sua ação libertadora com cada preso, com as famílias, incidindo ativamente para a melhora do sistema prisional e de reinserção em Portugal.

G.I./EDPP.: I.Manoli

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