Paulo VI, em 1967, e João Paulo II, em 1991, chegaram à Cova da Iria vindos da base militar.
O Papa Francisco será o terceiro pontífice católico a usar a base de Monte Real, a cerca de 40 quilómetros de Fátima, para uma peregrinação ao Santuário da Cova da Iria, por ocasião das celebrações do 13 de maio.
Paulo VI, primeiro Papa a visitar Portugal, chegou à Base Aérea de Monte Real, Concelho de Leiria, a 13 de maio de 1967, seguindo de imediato para Fátima, numa viagem que não incluiu qualquer passagem por Lisboa.
João Paulo II também utilizaria a base de Monte Real, aquando da sua segunda visita a Portugal, a 12 de maio de 1991, chegado do Funchal, para rumar a Fátima.
Quando o Papa polaco chegou a Monte Real, num avião da TAP, o coronel piloto-aviador Vítor Silva disse-lhe: “Paulo VI rezou na capela da base, teríamos muito gosto que Sua Santidade fosse à nossa capela rezar”.
Esta paragem não estava no programa da visita do Papa João Paulo II a Portugal (10 a 13 de maio de 1991), que incluiu uma ida aos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Tudo começou com um pedido do comandante da base a D. Januário Torgal Ferreira, na altura bispo vigário-geral castrense e capelão-mor das Forças Armadas.
O agora bispo emérito das Forças Armadas e Segurança confirmou à Agência ECCLESIA que depois desse pedido se dirigiu a D. António Ribeiro, cardeal-patriarca de Lisboa, a quem contou da solicitação feita pelo comandante.
“O cardeal Ribeiro disse-me para falar com o núncio [apostólico] e assim fiz”, referiu D. Januário Torgal Ferreira.
O relato dessa visita-relâmpago à capela da base aérea de Monte Real foi feito pelo jornal ‘O Centurião’, do Ordinariato Castrense de Portugal (nº 14/91 maio- junho; página 7); o cronista, padre Adelino F. Guarda, descreve o momento que “ficou positivamente marcado na história da Unidade e, particularmente, no coração e na mente” dos elementos da base que servem a Força Aérea Portuguesa.
Quando desceu do avião, João Paulo II “parecia um pouco fatigado”, mas depois do convite feito pelo comandante Vítor Silva, o Papa iniciou o percurso com “uma passada larga e vigorosa que impressionou quem o acompanhava”, descreve o padre Adelino Guarda.
Chegado à capela, o comandante mostrou-lhe o genuflexório onde rezou o Papa Paulo VI; por momentos, João Paulo II recolheu-se em oração.
Depois assinou o livro de honra da Unidade e concedeu a sua bênção apostólica aos militares e civis da base e de todos os que servem nas Forças Armadas Portuguesas.
João Paulo II benzeu também cerca de duas mil cruzes em madeira, com as inscrições ‘João Paulo II – /BA5/ -12/05/91’.
Após a saída da capela, o Papa polaco dirigiu-se para o helicóptero que o levou até Fátima.
O padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima e coordenador-geral da visita de Francisco a Fátima, indicou em conferência de imprensa que o Papa irá “diretamente” para a Cova da Iria.
A escolha do aeroporto de Monte Real, acrescentou o sacerdote, tem a ver com “o foco desta visita”, dado que o Papa Francisco se apresenta “como peregrino que vem para rezar com os portugueses em Fátima”.
G.I./Ecclesia:LFS/OC