Padre Eduardo Novo destaca oportunidade para a Igreja Católica «olhar para dentro» e «acompanhar os jovens».
O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) e os secretariados diocesanos do setor encontraram-se este sábado em Fátima para preparar o próximo Sínodo dos Bispos que a Igreja Católica vai dedicar aos jovens em 2018.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o diretor do DNPJ destacou a importância daquele evento para a Igreja Católica no mundo, já que “os jovens têm tantos dons para dar” e são portadores de uma riqueza “de que a Igreja deve beber e comungar”.
“Desde a criatividade, a generosidade, o desejo de amar e ser amados, a descoberta, o conhecimento, a sua caridade, o seu voluntariado. E este Sínodo ajuda-nos a olhar para dentro da Igreja, para o exterior e simultaneamente acompanhar os jovens”, assinalou o padre Eduardo Novo.
A XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em 2018, vai ter como tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’.
O documento preparatório do Sínodo, entretanto já divulgado pela Santa Sé, mostra que o objetivo será também perceber o posicionamento dos jovens não só relativamente à fé mas também perante a cultura atual, e diante de contextos como a política e a economia, a evolução tecnológica e as relações pessoais.
Por agora está em marcha uma fase de auscultação, com um questionário que procurará perceber as expetativas dos mais novos em relação à vida e à fé, nos vários continentes do mundo, sendo que a síntese terá que ser enviada para o Vaticano até outubro deste ano.
O padre Eduardo Novo espera que “este instrumento de trabalho seja feito com todos e por todos”.
“Para que efetivamente a partir daqui possamos enviar todas estas respostas e inquietudes, estas nossas experiências e até a maturidade daqueles que há mais tempo colaboram e trabalham neste setor”, sustentou.
A reunião em Fátima contou com a participação de D. Joaquim Mendes, bispo-auxiliar de Lisboa e vogal da Comissão Episcopal Laicado e Família, e do secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, o padre Manuel Barbosa.
D. Joaquim Mendes destacou “a oportunidade” que o Sínodo constitui “para ouvir os jovens, nos seus anseios, nas suas esperanças e expetativas, também nas suas dificuldades” e ajudá-los a “darem o seu contributo” para a Igreja Católica e “para a transformação da sociedade”.
Na preparação para o Sínodo, vai decorrer entre 28 e 31 de março, em Barcelona, um simpósio dedicado à pastoral juvenil e universitária, organizado pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa, e que contará com a presença de vários representantes do episcopado português.
“A minha expetativa é que nós sejamos capazes de criar sinergias e convergências neste acompanhamento, em todo o arco da vida dos jovens”, referiu D. Joaquim Mendes.
Quanto ao porta-voz da CEP, espera que todo este trabalho que esta a ser realizado, com o Sínodo no horizonte, tenha “uma aceitação tão grande” como o do Sínodo anterior “sobre a Família”, até porque este agora “também tem a Família no horizonte”.
“Aliás o Papa coloca esse horizonte na carta que escreve ao jovens, só pode ser deste modo, neste diálogo intergeracional, e já no final da visita dos bispos portugueses a Roma, em 2015, ele acentuou isso até com a famosa expressão da ‘debandada dos jovens’, precisamente pelo desafio que representa para a Igreja”, completou o padre Manuel Barbosa.
G.I./Ecclesia:HM/JCP